Polícia busca cumprir mandados contra seis suspeitos
Reprodução/Rede RecordA Polícia Civil faz nesta segunda-feira (30) uma operação para prender suspeitos de participar de um estupro coletivo contra uma adolescente de 16 anos. A ação é coordenada pelos delegados Cristiana Onorato, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) e Ronaldo de Oliveira, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada.
De acordo com as informações da polícia, o objetivo é cumprir seis mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra Marcelo Miranda da Cruz Correa, Michel Brasil da Silva, Sergio Luiz da Silva Junior, Raphael Assis Duarte Belo, Raí de Souza e Lucas Perdomo Duarte Santos.
As investigações do caso estavam sendo feitas pela DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), mas, no domingo (29), o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, decidiu que a investigação do crime de estupro coletivo seria transferida para a DCAV.
Em nota, a Civil informou que "a medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho". A Civil não informou se Alessandro Thiers, que conduzia o caso, continuará investigando o vazamento das imagens do crime na internet.
Defesa
Segundo o advogado de Lucas, Eduardo Antunes, a versão contada pelo jogador para a polícia é de que ele (Lucas) e Raí teriam feito sexo consentido com as meninas na noite do sábado (21) em uma casa abandonada no Morro da Barão, em Praça Seca, zona oeste do Rio, após um baile funk. Ray ficou com a adolescente de 16 anos e Lucas com a outra garota. À Rede Record, a vítima disse que Lucas é um ex-namorado.
O advogado afirma que Lucas deixou a casa na companhia da outra jovem. Teriam permanecido no local Ray e a adolescente de 16 anos. Nesse momento, teria sido gravado por Ray o vídeo que se espalhou nas redes sociais em que a garota aparece nua e desacordada em uma cama.
De acordo com advogado, Ray teria assumido a autoria do vídeo para a polícia e alegado que fez a filmagem para enviar a um amigo pelo Whatsapp. O advogado afirma também que Lucas não tem conhecimento do que aconteceu na casa após sua saída e que nega ser namorado da adolescente.
O R7 não conseguiu contato com a defesa dos outros suspeitos.
Críticas ao delegado
As críticas ao delegado Alessandro Thiers começaram na sexta (27). A advogada da adolescente, Eloisa Samy, disse, na ocasião, que iria pedir o afastamento do titular da DRCI porque ele criminalizou a vítima.
Leia também:
Vítima de estupro coletivo reclama da investigação da Polícia: "Queriam me botar de culpada"
Adolescente entra para programa de proteção e advogada anuncia saída do caso
Thiers questionou se a menina, que afirma ter acordado em uma casa com 33 homens e sido estuprada, teria o hábito de fazer sexo em grupo. Também foram ouvidos dois homens que disseram que a jovem teria feito sexo consensual com um deles.
A deputada Martha Rocha (PDT), ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, divulgou na tarde deste sábado (28) nota em repúdio a declarações do delegado. Ela também diz acreditar que falas do agente publicadas na imprensa "criminalizam e culpabilizam" a vítima.