Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Ex-ministro é alvo de pedido de prisão da Justiça do Rio

Presidente do PR é acusado de participar de esquema liderado por Garotinho

Rio de Janeiro|Diego Junqueira, do R7, em São Paulo

Antônio Carlos Rodrigues, presidente do PR
Antônio Carlos Rodrigues, presidente do PR Antônio Carlos Rodrigues, presidente do PR

O presidente do PR (Partido da República), Antônio Carlos Rodrigues, é alvo de pedido de prisão da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro, acusado de participar de um esquema de arrecadação ilegal de recursos para a campanha de Anthony Garotinho (PR-RJ) para o governo do Estado em 2014.

O pedido de prisão, feito pelo MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), faz parte da mesma denúncia que levou à prisão, na manhã desta quarta-feira (22), os ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony e Rosinha Garotinho.

Até as 14h, Rodrigues ainda não havia sido preso, segundo a Polícia Federal.

Ex-ministro dos Transportes durante o governo Dilma Rousseff (entre 2015 e 2016) e ex-senador da República (2012 a 2014), ele é acusado pelo MP-RJ de ser membro de uma suposta organização criminosa liderada por Garotinho.

Publicidade

O MP-RJ diz que a organização atuou na prefeitura de Campos dos Goytacazes entre janeiro de 2009 e dezembro de 2016, período em que Rosinha era prefeita.

De acordo com a denúncia, Garotinho se valia do poder de presidente estadual do PR e do fato de sua mulher ter atribuído a ele totais poderes sobre seu governo, independentemente de ocupar ou não cargo na gestão local. Ele teria criado um sistema permanente e ilegal de arrecadação de dinheiro de empresas que mantinham contratos com o município.

Publicidade

Na organização, Rodrigues atuou como negociador entre o frigorífico JBS e Garotinho para a “doação espúria de dinheiro oriundo de propina”, diz a denúncia do MP-RJ (leia as acusações).

O presidente do PR também determinou que seu genro combinaria com Garotinho a entrega dos recursos, por meio de um contrato fictício de prestação de serviços, de cerca de R$ 3 milhões, entre uma empresa de informática e a prefeitura de Campos.

Publicidade

Os recursos foram pagos pela JBS para a empresa de informática, a Ocean Link, mas os serviços não foram prestados, diz a denúncia.

A operação de hoje partiu de informações da delação premiada de executivos da J&F, dono da JBS, em especial do ex-diretor de relações institucionais, Ricardo Saud, que atuava como lobista do grupo entre políticos.

Em seu acordo de delação premiada, Saud entregou os comprovantes de pagamentos entre a prefeitura, a JBS e a empresa de informática (veja abaixo).

Saud entregou documento envolvendo JBS, Ocean Link e a prefeitura de Campos
Saud entregou documento envolvendo JBS, Ocean Link e a prefeitura de Campos Saud entregou documento envolvendo JBS, Ocean Link e a prefeitura de Campos
Depósito da JBS à Ocean Link foi de R$ 2,6 milhões
Depósito da JBS à Ocean Link foi de R$ 2,6 milhões Depósito da JBS à Ocean Link foi de R$ 2,6 milhões

Após Saud delatar os repasses ao grupo político de Garotinho, um dos sócios da Ocean Link, André Luiz da Silva Rodrigues, "procurou a Polícia Federal espontaneamente, dispondo-se a esclarecer os fatos divulgados e de colaborar com as investigações, trazendo fatos até então desconhecidos dos investigadores, inclusive apontando e revelando a estruturação de uma organização criminosa, com emprego de arma de fogo inclusive, no seio da gestão municipal de Campos dos Goytacazes, no período em que Rosinha Garotinho foi prefeita".

Em nota, a assessoria de imprensa do Partido da República diz que “a legenda republicana não oferece comentários sobre decisões judiciais. O mesmo se aplica aos conteúdos que aguardam pelo exame do Poder Judiciário”.

Já a assessoria do casal Garotinho publicou que o ex-governador “atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa”. Leia a nota completa:

“O ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter.

O ex-governador afirma que tanto isso é verdade que quem assina o seu pedido de prisão é o juiz Glaucenir de Oliveira, o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho, no ano passado, logo após ele ter denunciado Zveiter à Procuradoria Geral da República.

Garotinho afirma ainda que nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse ontem no seu programa de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho.

Agora, a ordem de prisão do juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com sua esposa para Benfica, justamente onde estão os presos da Lava Jato.

Cabe frisar que essa a operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato.

Assessoria de Garotinho e Rosinha’

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.