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Todos os anos, milhares de famílias vivem a angústia de ter um parente desaparecido. Segundo dados da FIA (Fundação para a Infância e Adolescência), até a última sexta-feira (19), mais de 3.300 ocorrências de desaparecimento foram registradas no Estado. Deste total, 15% das vítimas ainda não foram encontradas. Para ajudar a solucionar esses casos, a Seseg (Secretaria de Segurança Pública) abriu a DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros), especializada em desaparecimentos. Com a criação desta especializada, Jovita Belfort, mãe de Priscila Belfort, desaparecida há 10 anos, espera que o caso seja reaberto e investigado pela unidade.
— As investigações pararam porque depois de dez anos eles só continuam se tiver alguma novidade. Eu já pedi às autoridades para que o caso seja enviado para esta especializada, que tem pessoas talhadas para lidarem com casos de desaparecidos. Eu estou muito animadaReprodução/Internet
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Priscila Belfort, irmão do lutador Vitor Belfort, desapareceu em janeiro de 2004, aos 29 anos. Ela foi vista pela última vez saindo do trabalho para almoçar. Suspeitos de envolvimento no desaparecimento dela já foram presos, e a polícia trabalhava com a hipótese de homicídio. Apesar disso, Jovita diz que tem esperança de encontrar a filha com vida.
— Eu tenho total esperança de encontrá-la. Enquanto não trouxer o corpo dela ou algo parecido, minha esperança continuaráReprodução Rede Record / Arquivo Pessoal
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Jovita também falou ao R7 sobre a importância dessa nova delegacia.
— Ela é importante porque foi um pedido da sociedade civil. Ela já deveria ser feita há anos, porque os casos de desaparecimento ficam perdidos junto com outras ocorrências. Apesar do atraso, ela veio com uma excelência que a gente nem imaginava. A delegada [Hellen Souto] pegou o melhor de cada delegacia de desaparecidos do país, e estamos num nível que nenhuma outra tem. A delegacia tem uma estrutura que vai resolver não só os casos novos, mas também os casos mais antigosReprodução Rede Record / Arquivo Pessoal
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Outro caso que mobilizou a sociedade foi o de Amarildo de Souza, que desapareceu em julho de 2013 após uma averiguação policial na Rocinha, zona sul do Rio. O desaparecimento gerou uma série de manifestações nas quais surgiram o bordão “Cadê o Amarildo?”. As investigações da DH (Divisão de Homicídios) apontaram 25 PMs envolvidos no desaparecimento e morte do ajudante de pedreiro, entre eles o Major Edson Santos, comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na ocasião do desaparecimento. Eles respondem pelos crimes de ocultação de cadáver, fraude processual, omissão imprópria, homicídio e tortura
Reprodução
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O desaparecimento de Patrícia Amieiro também ficou marcado na memória dos cariocas. A engenheira foi vista pela última vez no dia 14 de julho de 2008 quando voltava de uma festa. Na autoestrada Lagoa-Barra, o carro dela foi alvo de disparos, e colidiu em dois postes e um muro. Quatro PMs são acusados de participarem da ação. Em maio passado, a 8ª Câmara Criminal determinou que Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luís do Nascimento vão responder por tentativa de homicídio qualificado e fraude processual. Já Fabio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos foram denunciados apenas pelo segundo crime. A determinação também afirma que eles vão a júri popular
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Um dos casos mais recentes é o do sumiço de Jandira dos Santos Cruz. Ela desapareceu após procurar uma clínica de aborto em Campo Grande, zona oeste da cidade, no dia 26 de agosto. A polícia prendeu cinco pessoas suspeitas de fazerem parte de uma quadrilha que mantinha a clínica de aborto, entre elas Vanusa Vais Baldacine, que afirmou à polícia que Jandira morreu na clínica. A polícia investiga se um corpo carbonizado encontrado em Guaratiba, zona oeste, seria da jovem. Maria Ângela dos Santos, mãe da vítima, cedeu na quarta-feira passada (10) material genético para realização de exame de DNA para identificação do corpo
Arquivo Pessoal