Foi enterrada no início da tarde desta segunda-feira (17) a mulher que foi arrastada por uma viatura da PM em Madureira, zona norte do Rio. Cláudia Silva Ferreira foi baleada durante confronto entre policiais militares e criminosos, no domingo (16), em Madureira. Segundo testemunhas, após ser socorrida e "jogada" no porta-malas da viatura, ela foi arrastada pelo carro, presa por uma peça de roupa. A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Cláudia. Leia mais
Alessandro Costa / Agência O Dia
Cerca de 200 pessoas, entre parentes, vizinhos do morro da Congonha e colegas da empresa onde ela trabalhava, acompanharam o cortejo fúnebre no cemitério do Irajá. Muito emocionado, o marido de Claudia, o vigia Alexandre Fernandes da Silva, de 41 anos, disse que a mulher "foi tratada como bicho".
— Nem o pior traficante do mundo deveria ser tratado assim. Claudia havia acabado de sair de casa, por volta das 8h, para comprar pão, quando um grupo de quatro ou cinco policiais entrou na comunidade. Não teve troca de tiros com traficantes, só os PMs atiraram. Se ela tivesse ficado em meio ao fogo cruzado, teria sido atingida pelos dois lados, e não foi isso que aconteceu. Ela era guerreira, determinada, batalhadora, objetiva. Era pau para toda obra. Até a assentar tijolo ela aprendeu para me ajudar com a construção da nossa casa. O jeito agora é ter força para criar nossos quatro filhos
Durante o enterro, familiares e amigos protestaram contra a morte da auxiliar de serviços gerais
Alessandro Costa / Agência O Dia
Cerca de cem pessoas interditaram, por volta das 13h40 desta segunda-feira (17), as duas pistas da avenida Ministro Edgard Romero, principal via de Madureira, na zona norte do Rio, em protesto pela morte
Alessandro Costa / Agência O Dia
Os manifestantes chegaram a colocar fogo em lixo para interditar o fluxo de veículos em Madureira