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Parentes de Nabor Coutinho de Oliveira Junior, suspeito de matar a mulher, os dois filhos e se suicidar, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, na última segunda-feira (29), foram ouvidos pela polícia. De acordo com eles, Nabor não tinha histórico de doença psiquiátrica. A DH (Divisão de Homicídios) da Capital investiga as motivações do crime. Carta encontrada no apartamento da família, que teria sido escrita pelo suspeito, será submetida a perícia grafotécnica para comprovação da autoria. Além da perícia no apartamento, um exame toxicológico nos corpos deve ser realizado. Assista à reportagem
Arquivo Pessoal/Reprodução
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Apesar de familiares negarem histórico de problemas psiquiátricos, o psiquiatra Jorge Jaber avalia que, possivelmente, Nabor vivia um quadro de depressão e não viu meios de reverter a situação difícil em que acreditava se encontrar, a não ser no extermínio de sua família e em sua própria morte. Leia mais
Severino Silva/Agência O Dia
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A investigação aponta que Nabor, de 43 anos, matou a mulher, Laís Khouri, de 48, e em seguida jogou os dois filhos, de dez e sete anos, pela janela do apartamento, que fica no 18º andar do edifício Lagoa Azul, do condomínio Pedra de Itaúna. Após jogar as crianças, o homem teria se jogado e também morreu. Os agentes encontraram o corpo de Laís (foto) em um dos quartos da casa. Já os corpos de Nabor e dos filhos Henrique e Arthur foram encontrados próximo à piscina do condomínio. Segundo o delegado Fabio Cardoso, a principal hipótese é de que o suspeito tenha matado a mulher a facadas, atirado os dois filhos do 18º andar e depois se lançado também. Entretanto, a Delegacia de Homicídios ainda não encerrou as investigações e outras motivações ainda estão em apuração
Arquivo Pessoal
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A carta encontrada na cena do crime, que teria sido escrita por Nabor, apresenta preocupação financeira por parte do suspeito:
"Me preocupa muito deixar minha... na mão. Sempre coloquei eles à frente de tudo e até nessa decisão arriscada para sonhar mais. Mas está claro para mim que está insustentável e não vou conseguir levar adiante. Não vamos ter mais renda e não vou ter como sustentar a família. E da forma como tudo ocorreu sei que meu nome vai ficar queimado nesse mercado de VAS. Não vou ter onde trabalhar."Reprodução
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Apesar de a carta mostrar aparente dificuldade financeira, Fábio Cardoso afirmou que o condomínio e o aluguel da família não estavam atrasados. Em entrevista à Record Rio, o delegado destacou que a suposta motivação não seria de ordem financeira, mas profissional, uma vez que Nabor deixou a operadora de telefonia TIM para trabalhar em outra firma e, na carta, demonstrava insatisfação quanto aos novos rumos profissionais. Ex-gerente de Marketing Sênior de Serviços Inovadores da TIM, Nabor trabalhou na empresa até junho passado. Conhecidos de Nabor também relataram que ele teria deixado o antigo trabalho por uma "proposta irrecusável", na qual receberia o dobro do salário anteior. De acordo com as informações em seu perfil no Facebook, ele estudou Engenharia de Software na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Gestão de Negócios no Ibmec RJ
Arquivo Pessoal
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Pouco antes das 6h30 de segunda-feira, moradores e funcionários do condomínio se assustaram ao se deparar com os corpos na área da piscina. Lucinda da Silva chegava para trabalhar quando ouviu os gritos de socorro.
— Quando eu botei a cabeça na janela, pra olhar, eu ouvi aquele pânico de pessoas gritando socorroRede Record
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A grade de proteção da janela foi cortada (foto). Também foi encontrada uma faca, que pode ter sido usada para matar Laís. Imagens do prédio já foram colhidas pela DH e devem ajudar nas investigações
Reprodução
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A perícia no local do crime, feita por agentes da DH, demorou mais de duas horas. Somente no final da manhã, os corpos foram levados para o IML (Instituto Médico Legal). No apartamento, policiais também encontraram a porta de um cômodo arrombada
Reprodução