Chuva espalhou lixo acumulado pelo Rio de Janeiro
Tânia Rêgo/Agência BrasilApós reunião de mais de três horas no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio, a prefeitura aceitou contra-proposta dos garis e fixou o salário-base da categoria em R$ 1.100, mais 40% de insalubridade, além de R$ 20 diários de vale-alimentação.
Com isso, chega ao fim a greve que deixou a capital fluminense imunda, durante uma queda de braço entre os trabalhadores, que pediam 40% de reajuste, e o governo municipal, que oferecia 9%.
O novo salário representa um aumento de 37%, ante os R$ 803 que os garis recebem hoje. O vale-alimentação, atualmente em R$ 12, teve reajuste de 67%.
Na reunião no TRT, a Prefeitura chegou a oferecer salário de R$ 1.050 e tíquete de R$ 16. Os garis, porém, recusaram.
Sem apoio do sindicato
A greve teve início no dia 1º, após o sindicato da categoria aceitar o reajuste inicial, que elevava o salário-base para R$ 874,79. A oposição da entidade, porém, não aceitou o aumento e iniciou a mobilização.
Após negar, nos primeiros dias, a alta adesão à greve, o presidente da Comburb, Vinícius Roriz, acabou admitindo na quinta-feira que um em cada três funcionários da companhia havia cruzado os braços.
O movimento teve momentos violentos. Parte dos trabalhadores que não aderiram à greve foi pressionada pelos grevistas. Alguns tiveram equipamentos quebrados.
Para recolher o lixo que tomou a cidade após o Carnaval, a Comlurb chegou a colocar escoltas para acompanhar o serviço de limpeza.
Prefeito multado
Durante o movimento, foi republicado na internet um vídeo que deixou o prefeito Eduardo Paes em saia-justa. Em encontro político em Sepetiba, ocorrido em fevereiro, ele aparece atirando para o lado restos de alimentos.
Após a repercussão do episódio, Paes ordenou que a Comlurb o multasse pelo ato. A assessoria do prefeito afirmou que ele não atirou lixo no chão.