Há um ano, serviços como limpeza e segurança do Hospital Universitário Pedro Ernesto têm sido pagos às empresas terceirizadas via arresto judicial, segundo o diretor-geral da unidade Edmar Santos. O último pagamento, de cerca de R$ 7,5 milhões, foi feito na sexta-feira (26), conforme informou a Secretaria Estadual de Fazenda.
— Em janeiro de 2016, quando a gente assumiu [a direção do hospital], até meados de março, a principal crise era o não pagamento dessas empresas terceirizadas. A partir de abril, passou a existir essa ação judicial da Defensoria Pública que começou a promover os arrestos, e a gente regularizou a parte de custeio — disse Santos.
A última decisão de arresto foi da 6ª Vara da Fazenda Pública do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro), em 16 de maio. Além da limpeza e da segurança, a alimentação dos pacientes, a rouparia e serviços de manutenção também foram pagos com o repasse compulsório.
Apesar disso, o hospital funciona com quantidade reduzida de leitos devido aos atrasos no pagamento dos servidores públicos. Dos 350 que o hospital poderia ativar atualmente, apenas entre 180 a 200 leitos estão disponíveis.
Os trabalhadores não receberam o décimo terceiro salário de 2016. Além disso, a remuneração vem sendo paga apenas no fim do mês seguinte, — Isso criou uma série de endividamentos nas famílias dos funcionários e tem criado muitas dificuldades até para as pessoas terem dinheiro para vir trabalhar, muitas vezes — explica Edmar Santos. — É isso que no momento está dificultando o dia a dia no hospital.
O diretor lamenta que as dificuldades prejudiquem também a formação dos estudantes de medicina da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), que têm aulas práticas no hospital.
— Isso causa um prejuízo ao ensino que a casa proporciona. A grande vocação do hospital é justamente a formação de recursos humanos.