Paes afirmou que iluminação da Lagoa foi trocada há dois anos
Arquivo / Osvaldo Praddo / Agência O DiaO prefeito do Rio, Eduardo Paes, falou nesta quinta-feira (21) sobre os suspeitos da morte do médico Jaime Gold, assassinado na terça (19) na Lagoa Rodrigo de Freitas. Para o prefeito, caso seja confirmada a participação de menores no crime, eles precisam ser tratados como "delinquentes". Paes foi mais longe e afirmou que "isso não é um problema social".
— O que a gente vê nesses casos é uma pessoa que sai armada de uma faca, agride, a ponto de levar essa pessoa à morte. Esse não é um criminoso que tem que ser tratado. É um delinquente que tem que ser tratado com a dureza da força policial. Não tem jeito. Isso não é um problema social.
Um menor de 16 anos foi apreendido pela polícia suspeito de participação no crime. Questionado sobre isso, Paes foi direto.
— Criança, menor, praticando crime é um problema de polícia, não é um problema social. O Poder Público tem a responsabilidade de acolher, mas quando você tem alguém esfaqueando a ponto de matar, isso deixa de ser um problema social e passa a ser uma ação criminosa. A gente precisa diferenciar o delinquente do problema social. Não se pode justificar tudo pelo problema social. Tem que ter ação contundente, e eu confio muito na reação do governador Pezão e do secretário Beltrame nesse assunto.
Na avaliação de Paes, muitas vezes crimes são atenuados com a justificativa de que são praticados por menores em vulnerabilidade social, o que nem sempre é o caso. O prefeito lembrou do caso de um homem sofreu facadas numa parada de ônibus.
— A gente tem desafios enormes no Rio no campo social, mas isso não pode justificar tudo. Isso levou o Rio a muitos problemas no passado.
Sobre as críticas à insegurança na região da Lagoa, Paes considerou que "não é um lugar mal cuidado". Ele disse que a iluminação foi trocada há cerca de dois anos, com a instalação de postes abaixo da copa das árvores e com luzes de Led.
Maioridade penal
Ao comentar a apreensão do adolescente, o delegado titular da DH (Delegacia de Homicídios), Rivaldo Barbosa, afirmou que reduzir a maioridade penal é "abrir mão desses adolescentes".
— Se você baixar a maioridade penal, vai estar abrindo mão desses adolescentes. A gente tem que pensar em um trabalho de ressocialização.
Mesmo se dizendo surpreso com "a frieza e a forma covarde sem nenhum sentimento com o ser humano" que demonstraram os autores do crime, o delegado destacou que o caso "supera a fase da polícia".
— Há que se pensar com um pensamento social.
Morador de Manguinhos, uma comunidade do subúrbio do Rio, o adolescente, de apenas 16 anos, já foi apreendido 15 vezes, todas entre 2010 e 2015. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Emenda Constitucional que reduz a maioridade penal no país de 18 para 16 anos.