Vitor Santiago Borges, de 29 anos, teve a perna amputada nesta terça-feira (17). O rapaz estava num carro com quatro amigos quando foi atingido por dois disparos, no tórax e na perna, feitos por militares da Força de Pacificação na entrada da favela Salsa e Merengue, no Complexo da Maré, zona norte do Rio, na madrugada de quinta-feira (12).
A mãe de Vitor, Irone Maria Santiago, afirma que o tiro no tórax perfurou o pulmão. Sobre a amputação, Irone afirma que o jovem aceitou a cirurgia, após conversar com os médicos.
Pablo da Rocha, amigo de Vitor, e também militar também estava no carro e afirma que a versão dos militares que os ocupantes do carro teriam tentado atropelá-los.
— Fomos abordados pela primeira vez na entrada da Vila do João e já havia uma blitz. Nós fomos parados, descemos do carro, revistaram tudo e não viram nada de errado. Pediram para seguirmos. Depois de 12 minutos, enquanto deixávamos nosso amigo em casa, fomos alvejados. Ninguém nos mandou parar.
Pablo contesta a versão da tentativa de atropelamento, apresentada pelos militares.
— Eles disseram que tentamos atropelar dois militares armados, mas nunca houve dois militares na nossa frente. E se houvesse, por que os tiros vieram de trás do carro?
Irone afirma que ainda não foi procurada para receber ajuda.
— Ele tem uma filha de dois anos. Não sei como vai ficar essa situação agora. Ele tinha muitos projetos e sonhos.