João Roberto foi morto após PMs confundirem carro em que estava com a mãe e o irmão com um veículo de criminosos na Tijuca
Fábio Motta / Agência EstadoO Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro adiou para o dia 27 de novembro o novo júri do ex-cabo da Polícia Militar William de Paula, acusado de participar da morte do menino João Roberto Soares em 2008, na Tijuca, na zona norte do Rio. O julgamento estava previsto para acontecer na tarde desta quinta-feira (28). A defesa de William de Paula alegou que o réu não foi intimado a participar do júri.
Em dezembro de 2008, o réu foi absolvido do crime de homicídio doloso por quatro votos a três. Na ocasião do crime, os então policiais William de Paula e Elias Gonçalves da Costa perseguiam bandidos na rua Espírito Santo Cardoso, na Tijuca, quando confundiram o carro dos assaltantes com o veículo onde estavam João Roberto, a mãe e o irmão. O menino morreu baleado, após o automóvel ser perfurado por 17 balas.
Elias foi absolvido após ter declarado que só deu um tiro para o alto, enquanto o colega teria sido o responsável por disparar todas as vezes contra o carro da vítima. Já William de Paula, apesar da absolvição da acusação de homicídio, foi condenado a sete meses em regime aberto por lesão corporal contra a mãe e o irmão de João Roberto. A pena foi convertida para prestação de serviços comunitários por um ano. Os dois foram expulsos da Polícia Militar.
O novo júri de William de Paula foi requerido pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), que questionou o fato de os jurados contrariarem a prova pericial. Segundo a promotoria, as investigações apontaram que houve erro dos policiais, na confusão do carro onde estava João Roberto com o que estavam os criminosos.
A 7ª Câmara Criminal anulou a sentença do primeiro júri para a realização da nova sessão.