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Mãe de dançarino vai recorrer à Anistia Internacional para esclarecer morte

Maria de Fátima diz que não quer que morte de DG vire mais um caso Amarildo

Rio de Janeiro|Do R7, com Agência Brasil

Maria de Fátima diz que vai recorrer à Anistia Internacional
Maria de Fátima diz que vai recorrer à Anistia Internacional Maria de Fátima diz que vai recorrer à Anistia Internacional

A mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, 26 anos, conhecido como DG, Maria de Fátima da Silva disse nesta quinta-feira (24) que vai recorrer à Anistia Internacional na próxima semana para que a morte de seu filho não vire “mais um [caso] Amarildo”. Ela fez referência ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho de 2013, depois de ser levado por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha para averiguação. DG foi encontrado morto na última terça-feira (22) na comunidade pacificada do Pavão-Pavãozinho, na zona sul da capital fluminense.

— Eu quero que esse caso seja investigado até o final. Eu vou para a Anistia Internacional. Vou viajar semana que vem. Eu não vou deixar isso cair no esquecimento. A UPP é uma mentira, é uma farsa. Eles estão chegando, armando estrutura de ferro, colocando pessoas despreparadas dentro dela, onde o inimigo é a população. Meu filho não vai virar uma estatística.

De acordo com Maria de Fátima, o dançarino foi torturado.

— Meu filho foi torturado até a morte com requintes de crueldade. Eu acompanhei no IML (Instituto Médico-Legal), eu vi. Ele tinha um afundamento de crânio, um corte no supercílio, muito sangue na boca. Ele tinha uma hemorragia no tórax. Ele estava molhado, porém no local não tinha água, só o corpo molhado e toda a documentação molhada.

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Segundo a técnica de enfermagem, os moradores do Pavão-Pavãozinho disseram que os policiais estavam atirando nos transformadores de energia elétrica durante a madrugada para deixar a favela sem energia.

Na noite de segunda-feira (21), policiais da UPP foram checar a denúncia de que o chefe da quadrilha que controla a venda de drogas no Pavão-Pavãozinho estava na comunidade. Na versão da Polícia Militar, ao tentar chegar ao local, os policiais foram alvo de muitos tiros. Eles revidaram, mas tiveram que recuar.

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Na manhã do dia seguinte, o corpo do dançarino foi encontrado em uma creche. Segundo a CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora), os policiais não sabiam que o rapaz foi morto e só descobriram o corpo depois, junto com peritos da Polícia Civil. Um procedimento apuratório foi aberto pela CPP e deve ouvir dez policiais que se envolveram no tiroteio.

A Polícia Civil confirmou na quarta-feira (23) que o dançarino foi atingido por um tiro. A informação foi divulgada pelo titular da delegacia de Ipanema (13ª DP), Gilberto Ribeiro. Segundo laudo do IML, o rapaz morreu devido a uma hemorragia interna decorrente “de laceração pulmonar proveniente de ferimento transfixante do tórax".

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Em entrevista à imprensa, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que está acompanhando as investigações sobre a morte do dançarino.

— Vamos acompanhar com todo o rigor, apresentar [os resultados] à sociedade com toda transparência. E quero pressa nessas investigações, porque isso é fundamental para que nós continuemos esse trabalho [de polícia pacificadora], que hoje atende a 9 milhões de pessoas, com 9.000 policiais que estão em áreas historicamente dominadas pelo tráfico.

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