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Mapa da Violência 2015: homicídios de mulheres negras caem menos que o de brancas no RJ em 10 anos

Risco de negras serem assassinadas é 68% maior do que brancas no Estado do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro|Do R7

O total de assassinatos de mulheres no Estado do Rio de Janeiro registrou queda entre 2003 e 2013. No entanto, o volume de homicídios de mulheres negras teve queda menor que o de brancas, segundo apontou o Mapa da Violência 2015, divulgado nesta segunda-feira (9).

O levantamento revela que os assassinatos de mulheres brancas caíram 40% no período — foram registradas 227 mortes em 2003 contra 136 em 2013. Já os homicídios de mulheres negras, que em 2003 somaram 275 casos, tiveram queda de 14,5%, para 235 em 2013, segundo estudo elaborado pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais).

Em nível nacional, porém, houve um aumento de 54% no homicídio de mulheres negras em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013.

Outro dado da pesquisa revela que, em 2013, a taxa de homicídio das negras (mortes por 100 mil mulheres) é maior do que o de brancas — 5,4 contra 3,2. O índice relativo a mulheres negras supera em 68% o das brancas.

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Lei Maria da Penha

O estudo também apontou que, desde 2006, quando foi implantada a Lei Maria da Penha, o número de homicídios contra mulheres caiu de 200 para 115, em 2013, redução de 42,5% na capital fluminense. A cidade do Rio de Janeiro está entre as capitais brasileiras que apresentam as menores taxas de homicídio de mulheres.

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Segundo dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em maio deste ano, a lei ajudou na redução de cerca de 10% da taxa de homicídios contra o sexo feminino dentro das residências do País.

No Estado, desde 2006, o número de homicídios contra mulheres no Rio diminuiu de 503 para 386, em 2013, queda de 23,3%. No Estado, a taxa de homicídio de mulheres é de 4,5 e está entre as dez menores do País. O Rio de Janeiro teve a maior redução, comparando 2006 com 2013 (27,4%). 

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A Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, foi sancionada em agosto de 2006 com o objetivo de aumentar as punições para os crimes de violência doméstica e familiar cometidos contra mulheres.

Mulheres atendidas por violência 

A pesquisa também mostra que, em 2014, 13.684 mulheres foram atendidas por violência no SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado do Rio, enquanto o número de homens foi de 7.952.

Além disso, 137.092 mulheres declararam terem sido agredidas por pessoas conhecidas em 2013 no Estado do Rio. Com relação aos homens, a quantidade foi de 59.715. As mulheres que declararam terem sido agredidas correspondem a 2% da população.

Quando se trata de pessoas desconhecidas, o número foi de 213.111 para mulheres em 2013 — 3,1% da população —, enquanto para homens, 136.491.

Somando ambas as categorias agressões por conhecidos e desconhecidos), foram 337.982 do sexo feminino e 191.370 do masculino.

Pesquisa no Brasil

A pesquisa ainda revela que, no Brasil, 50,3% das mortes violentas de mulheres são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros e ex-parceiros. Além disso, o País tem taxa de 4,7 homicídios por 100 mil mulheres — a quinta maior do mundo. 

A pesquisa foi realizada pela Flacso, com o apoio do escritório no Brasil da ONU Mulheres, da OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde) e da SPM (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres) do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. O Mapa da Violência é desenvolvido pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz desde 1998.

Caroline Brizon, do R7 Rio

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