Amarildo desapareceu em julho de 2013 na favela da Rocinha
Reprodução Rede RecordO governador Luiz Fernando Pezão afirmou nesta quarta-feira (24) que o Estado irá colaborar com o Ministério Público na nova fase de investigações do caso Amarildo.
— O Ministério Público está fazendo o seu papel, e nós não vamos nos furtar de dar nenhuma informação. Vamos atender a tudo que a Justiça determinar. É importante registrar que há hoje 12 policiais militares presos. Também é importante ressaltar que foram as câmeras que nós colocamos dentro da Rocinha que possibilitaram as investigações. Hoje, policiais da DH (Divisão de Homicídios) podem entrar na Rocinha, no Alemão e em outras comunidades para fazer perícia, reconstituição e desvendar crimes. Isso era impossível antes de 2007 no Rio de Janeiro. A Justiça é soberana. Vamos atender a tudo que a Justiça precisar.
Na terça-feira (23), o Bope (Batalhão de Operações Especiais) afastou de suas funções 14 agentes investigados pelo sumiço do pedreiro na favela da Rocinha, zona sul do Rio. Os policiais permanecerão afastados até conclusão do inquérito, segundo a corporação. Pezão afirma que Estado investe na formação e no preparo dos policiais militares, mas destacou que o mau comportamento e o erro de alguns não pode ser generalizado. Para o governador, esta é a mesma polícia que está reduzindo os índices de criminalidade no estado.
— Não compactuamos com o erro. Tem maus policiais, mas não podemos julgar 60 mil policiais militares e civis por desvios de oito, de dez, de 12. Se teve um governo que cortou na própria carne foi o nosso. Cortamos quase 2 mil policiais em 8 anos e 6 meses de governo.
Amarildo desapareceu em 14 de julho de 2013, após ser conduzido à sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, para averiguação. A Polícia Civil concluiu que ele foi torturado e morto, mas seu corpo nunca foi encontrado.
Vinte e cinco policiais foram acusados do crime, mas agora o Ministério Público investiga a hipótese de envolvimento de mais policiais — esses do Bope, que estiveram na sede da UPP na noite do sumiço do pedreiro.
Volume na caçamba
Em entrevista na terça-feira (23), a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), afirmou que analisava todas as provas do processo contra 25 PMs da UPP da Rocinha acusados da morte para a elaboração das alegações finais (entregues em 17 de junho), quando os peritos detectaram um volume em uma das viaturas do Bope — cujas imagens haviam sido fornecidas pela Polícia Militar.
A promotora relatou que a distribuição dos PMs na viatura — diferente das demais — foi o que inicialmente chamou a atenção dos peritos, o que os levou a analisar mais detalhadamente aquela caçamba.
— Nesta análise, primeiro se identificou o volume, que não havia nas demais viaturas. Utilizamos das técnicas dos nossos peritos e eles constataram que aquele volume tinha profundidade. Para isso, utilizaram luz e sombra. Verificaram que aquele volume que estava externamente [na viatura] era de material reflexivo. Então verificaram que o tamanho do volume não era incompatível com o volume de um corpo.
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