Para Jungmann, ações realizadas anteriormente só "baixavam a febre", mas não resolviam os problemas
Myke Sena/05.07.2016/FramePhoto/FolhapressDiante da crise de segurança pela qual passa o Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que as Forças Armadas serão enviadas ao Estado a qualquer momento e "de surpresa". Ele afirmou que as ações realizadas anteriormente — com a antecipação da notícia do envio das tropas publicamente — só "baixavam a febre", mas não resolviam os problemas.
A estratégia do governo para as operações de GLO (Garantia da Lei da Ordem) vão mudar. Antes, o envio das tropas era autorizado por decreto presidencial após pedido do governo do Estado e comunicado publicamente. A partir de agora, segundo o ministro, militares serão enviados sem comunicação prévia e para ações pontuais.
— Estamos mudando a cultura. As operações serão feitas sobre três pilares: inteligência, integração [com Força Nacional e polícias] e surpresa, surpresa, surpresa.
O decreto continua sendo necessário, pois é exigido por lei, e será feito em publicação extraordinária do Diário Oficial da União. Jungmann disse ainda que a estratégia é semelhante à adotada pela Polícia Federal (PF) em operações especiais.
— Nem o governador vai saber antes. Vai saber na hora. Vamos chamar uma coletiva de imprensa e comunicar no momento ou após a operação.
O prazo para vigência do decreto também pode ser diferente, segundo o ministro.
— Eu, particularmente, prefiro que esteja valendo até o fim do governo e que nesse período realizamos ações pontuais.
Jungmann também relatou que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pede, constantemente, o envio das Forças Armadas ao Estado. "Ele já pediu, sempre pede". Para o ministro da Defesa, as ações realizadas anteriormente não cumpriram o objetivo plenamente.
— Só estava baixando a febre. Os militares ficavam nas ruas, dava uma sensação de segurança e depois o problema voltava. Com o novo modelo, será possível se precaver de vazamentos e frustrações nas operações.
Em reunião na quinta-feira (20) com o presidente Michel Temer, Pezão e ministros, foi comunicada a criação de um Estado-Maior de Comando no Rio, que há dois dias foi formulado para integrar as operações do Exército, Marinha e Aeronáutica.