Moradores do Complexo de Israel, na zona norte do Rio de Janeiro, denunciam abusos de policiais militares durante a ocupação da PM nas comunidades, que já dura dois dias.
Em vídeo compartilhado pelas redes sociais, uma mulher afirmou ter tido sua casa invadida e revirada por agentes, que também teriam roubado uma televisão, roupas de seus filhos e carnes de sua geladeira. Nas imagens, é possível ver diversos objetos espalhados pelo chão.
Na tarde desta terça-feira (26), moradores do complexo fizeram um protesto na avenida Brasil contra a ocupação da PM na região. Outros residentes também relataram que tiveram suas casas invadidas por agentes.
Os manifestantes atiraram móveis e objetos nas pistas da avenida, na altura de Parada de Lucas, na zona norte, para tentar bloquear a via e chamar atenção para a operação, segundo a PM. Eles pedem a saída dos policiais das comunidades.
Através das redes sociais, a SuperVia informou que a circulação de trens do ramal Saracuruna sofreu alterações em decorrência do protesto, com o fechamento das estações Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas e Vigário Geral. A circulação já foi normalizada.
A polícia ocupa pelo segundo dia consecutivo cinco comunidades que compõem o complexo. Agentes buscam o traficante conhecido como Peixão, apontado como chefe do tráfico local. Segundo as investigações, ele possui 35 anotações criminais e está foragido.
Até o momento, uma pessoa foi levada à delegacia para prestar esclarecimentos e nenhuma prisão foi feita. De acordo com a corporação, não há previsão para encerramento da ocupação.
A Polícia Militar emitiu uma nota sobre as denúncias de abusos, afirmando que não tolera desvios de conduta nem o cometimento de crimes por parte de seus entes, e que irá punir com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.
A corporação informou, também, que o comando já determinou a instauração de uma averiguação para a checagem da denúncia.
Por fim, ressaltou que a Corregedoria Geral da PM disponibiliza canais para o recebimento de denúncias dos cidadãos, com anonimato garantido. O contato pode ser feito por telefone pelo número (21) 2725-9098 ou ainda pelo e-mail denuncia@cintpm.rj.gov.br.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira