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Moradores do Jacarezinho pedem socorro após dez dias sem luz

Transformadores foram atingidos por tiros durante operações policiais; moradores contam prejuízos e sofrem com calor do Rio

Rio de Janeiro|Jaqueline Suarez, do R7

Operações começaram após morte de delegado da Polícia Civil, no dia 12
Operações começaram após morte de delegado da Polícia Civil, no dia 12 Operações começaram após morte de delegado da Polícia Civil, no dia 12

Os moradores do Jacarezinho, zona norte do Rio, estão sem luz há mais de dez dias. O serviço foi interrompido após tiros atingirem os transformadores durante operação da Polícia Civil no local. Segundo a Light, não há como os funcionários serem enviados à comunidade devido à insegurança.

Com as altas temperaturas que têm sido registradas no Rio nos últimos dias, quem vive no Jacarezinho está pedindo socorro.

— Peço que repercutam essa informação para que alguém nos socorra! São famílias que estão perdendo alimentos estragados e crianças que não conseguem dormir por conta desse calor que assola o Rio — escreveu Joel Luiz Costa, morador do Jacarezinho, em uma rede social.

Ao todo, 14 transformadores foram danificados por tiros. Segundo a companhia de energia, equipes chegaram a ser enviadas ao local na última quarta-feira (17) para fazer os reparos, porém foram surpreendidos por um novo confronto.

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“Os profissionais tiveram que buscar abrigo em casa de moradores”, informou a Light. Dois carros da concessionária chegaram a ser atingidos por disparos. Apesar do susto, nenhum técnico foi ferido.

O clima de insegurança, com operações constantes, impossibilita o envio de equipes e o restabelecimento da energia, de acordo com a empresa. “Não há como a Light atuar no Jacarezinho por conta dos constantes confrontos armados. A empresa está em contato com o Centro de Operações Rio e aguarda condições de segurança na comunidade”, explicou.

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As últimas atuações da polícia no Jacarezinho tiveram início após a morte de um delegado da Polícia Civil próximo à favela. Ele foi assassinado a tiros por criminosos da região após ser reconhecido. Desde então, a polícia realiza operações constantes no local em busca dos responsáveis.

UPP é atingida por tiros vindos de helicóptero da Policia Civil no Rio

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Até então, um morador foi morto a tiro durante ação da Polícia Civil, no último dia 14, além de cinco menores apreendidos e 15 suspeitos presos. Entre os detidos está um dos supostos responsáveis pela morte do delegado Fábio Monteiro.

No meio do fogo cruzado, os moradores vivem em clima de tensão há quase duas semanas, com operações policiais e trocas de tiro a qualquer momento. Joel Luiz Costa, que escreveu o relato sobre a falta de energia na comunidade em uma rede social, lamenta os prejuízos dos tiroteios constantes na rotina de quem vive no Jacarezinho.

— Acho que as pessoas não entendem que quando se tem operações e confrontos nas favelas, a questão vai além da violência, mesmo que a vida seja nosso bem mais valioso. Perdemos o direito de ir e vir, de lazer, a saúde, a educação. Quando temos uma operação as escolas são as primeiras a fecharem. Então, a médio prazo, você desestrutura a vida de milhares de pessoas, empurrando essa galera ainda mais para uma "marginalidade social".

Procurada, a Polícia Civil não retornou o contato até a publicação desta matéria. Já a Polícia Militar informou que a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Jacarezinho participa, nesta terça-feira, de "uma ação integrada envolvendo a Light, a CEDAE e a Secretaria de Conservação para realizar os reparos na comunidade. A UPP participa dando suporte logístico e garantindo a segurança das equipes envolvidas".

*Sob supervisão de PH Rosa

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