Encontro ocorreu a portas fechadas na DH Capital
Tomaz Silva/Agência Brasil - 09.04.2018A cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro se reuniu nesta segunda-feira (9) com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) para discutir o andamento das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O encontro ocorreu a portas fechadas na DH Capital (Delegacia de Homicídios da Capital). O crime completa um mês no próximo sábado (14).
Estiveram presentes Homero das Neves, promotor do MP-RJ responsável pelo caso, e Giniton Lages, delegado da Polícia Civil que preside as investigações. Eles compartilharam informações com o procurador-geral de Justiça do Estado, Eduardo Gussem; o secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes; o chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa; e o superintendente regional da Polícia Federal, Ricardo Andrade Saadi.
O único que deu declarações após a reunião foi o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem. Segundo ele, o encontro estreita o diálogo entre o MP-RJ e as estruturas de segurança do Rio de Janeiro. Gussem também avaliou que as investigações caminham de uma forma positiva e reiterou que o caso continua sob sigilo.
“Tem toda uma dinâmica a ser montada. As autoridades responsáveis estão conduzindo com todo cuidado necessário. Obviamente, o tempo da área jurídica e do próprio delegado é um tempo diferente da expectativa, às vezes, da própria imprensa. É um caso que requer muita atenção. Mas nós acreditamos na linha de investigação que está sendo encaminhada”, disse.
O encontro ocorre menos de uma semana após o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) assegurar em liminar a autonomia do MP-RJ para investigar os homicídios. A decisão, que ainda pode ser revista, determinou que o MPF (Ministério Público Federal) se abstenha de exercer atividades relacionadas ao caso. A federalização das investigações foi defendida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Em 15 de março, um dia após o crime, ela chegou a instaurar procedimento instrutório, nomeando cinco procuradores para avaliar pedido de deslocamento de competência do caso para a Justiça Federal.
A reunião ocorreu um dia após o líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria também ter sido assassinado a tiros. Seu corpo foi encontrado neste domingo (8) dentro de um carro, na Taquara, zona oeste da capital. Ele era colaborador do vereador Marcello Siciliano, do PHS, que depôs sobre a morte de Marielle na última sexta-feira (6). Gussem, no entanto, explica que o encontro não foi motivado pelo episódio.
“Foi uma mera coincidência. Esta reunião já estava agendada há três dias, desde sexta-feira”, afirmou.