O Ministério Público do Rio de Janeiro decidiu recorrer de uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pedir mais uma vez a prisão dos policiais militares envolvidos na morte de cinco jovens em Costa Barros, zona norte do Rio, em novembro de 2015. O STJ concedeu habeas corpus aos quatro agentes em junho passado após pedido de liberdade feito pelo advogado de Fábio Pizza da Silva e aceito pelo ministro Nefi Cordeiro.
Os policiais acusados estavam presos de forma preventiva, cumprindo decisão da Justiça do Rio de Janeiro. Os agentes alvejaram o carro com 111 tiros em que as vítimas estavam quando voltaram de um dia de lazer no Parque Madureira, zona norte. Entre as vítimas, estavam dois menores de idade.
Os quatro agentes foram acusados pelo Ministério Público por cinco homicídios qualificados, duas tentativa de homicídios qualificados, fraude processual modificando a cena do crime e posse de arma com numeração adulterada.
Relembre o caso
Wilton Esteves Domingos Júnior, de 20 anos, Carlos Eduardo Silva de Souza, de 16 anos, Wesley Castro Rodrigues, de 25 anos, Roberto Silva de Souza, de 16 anos, e Cleiton Corrêa de Souza, de 18 anos, foram mortos após terem o carro alvejado pelos policiais em 28 de novembro.
Em depoimento à época do crime, uma testemunha afirmou que os policiais sorriram após o fuzilamento. A testemunha afirmou aos investigadores, em depoimento, que conhecia os jovens e que nenhum deles estava armado.
De acordo com a testemunha, Junior, que dirigia o Palio branco em que os jovens estavam, obedeceu à ordem de parada dos PMs. Após encostar o carro, os jovens teriam erguido os braços, sendo que um deles chegou a tirar o corpo para fora da janela com as mãos para cima.
Mãe de vítima enfrentou depressão e morreu
Jozelita de Souza, mãe de uma das vítimas da chacina de Costa Barros, morreu de depressão na semana passada. O filho dela, de 16 anos, estava no carro metralhado (assista à reportagem abaixo).