O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) iniciou, na manhã desta terça-feira (29), a Operação Fim da Linha, para cumprir 26 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão contra integrantes de organizações criminosas que praticam crimes de corrupção e lavagem de dinheiro com a exploração do jogo do bicho. Apontado com um dos principais bicheiros do estado, Bernardo Bello é um dos alvos da ação.
Quatro oficiais da PM são alvos de mandado de busca e apreensão, entre eles o ex-secretário de Polícia Militar Rogério Figueiredo de Lacerda. Até o momento, sete suspeitos foram presos e dinheiro em espécie apreendido.
A investigação foi iniciada para apurar crimes praticados por contraventores que exploram jogos de azar, após a denúncia de um bingo clandestino que funcionava em Copacabana, na zona sul do Rio, com a permissão de polícias militares.
Durante as diligências, foi identificado o responsável por confeccionar as cartelas para diversos bingos ilegais. Para potencializar as vantagens financeiras, os criminosos utilizavam de métodos para fraudar os resultados dos jogos, pagavam propina para PMs e usavam violência para conquistar novos territórios.
Bernardo Bello
Bernardo Bello foi denunciado pelo Ministério Público como autor intelectual do atentado praticado em fevereiro de 2020, na Barra da Tijuca, que resultou na morte de Alcebíades Paes Garcia, conhecido como Bid, seu rival na disputa por pontos da contravenção, quando ele voltava da Marquês de Sapucaí.
A denúncia do MP ressaltou que o homicídio foi praticado por motivo torpe, para eliminar possível concorrente pelo domínio dos pontos da contravenção do jogo do bicho e exploração de máquinas caça-níqueis na zona sul e em parte da zona norte do Rio.
Outro ponto destacado pela promotoria é que o crime ocorreu mediante dissimulação e emboscada. Isso porque Bid contratou dois seguranças e pensou que estava protegido, mas foi atacado no momento em que desembarcava de uma van por um executor que já o guardava de modo velado no local.
Em janeiro de 2022, Bello foi preso em Bogotá, na Colômbia, onde ficou preso até maio, após conseguir um habeas corpus.
Por nota, a PM informou que "não compactua com desvios de conduta e cometimento de crimes praticados por seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos".
*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa