O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aceitou a 17ª denúncia contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) nesta terça-feira (19). Desta vez, Cabral é acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de receber propina a partir de contratos da Funderj (Fundação Departamento de Estradas e Rodagem do Rio de Janeiro).
De acordo com a denúncia, de janeiro de 2007 a setembro de 2014, foram realizados aportes em favor da organização criminosa de Cabral, no montante de R$ 18 milhões. Segundo o MPF, o presidente da Funderj, Henrique Ribeiro, se valia de seu cargo para gerenciar as propinas pagas pelas empresas contratadas.
Segundo a denúncia, um assessor de Ribeiro recolhia o montante, retirava um porcentual para ambos e repassava para os operadores financeiros Carlos Miranda e Luiz Bezerra. Os dois entregavam os recursos a Cabral. O MPF aponta que Ribeiro era uma pessoa de confiança do então governador e de seu secretário de Governo, Wilson Carlos, "tendo inclusive sido indicado para o cargo de presidente da Fundação por essa relação próxima com a organização criminosa".
Defesa
Em nota, o advogado Rodrigo Roca informou que a defesa do ex-governador ingressará com novo pedido de suspeição de Bretas. Segundo o defensor, o magistrado admitiu, pela primeira vez, que condenará Cabral em todos os processos sob sua responsabilidade, ao dizer que "Sérgio Cabral é o principal idealizador do audaz esquema de lavagem de dinheiro revelado nos presentes autos e nas demais ações penais em curso neste Juízo".
Nesta terça-feira (19), Cabral foi condenado pela quarta vez pelo MPF. Bretas determinou mais 15 anos de prisão ao ex-governador, que já soma 87 anos em outras três sentenças.