O governador Sérgio Cabral, durante inauguração do trem da SuperVia fabricado no País, na manhã desta terça-feira (18), disse que os três policiais envolvidos no episódio da morte de Claudia Silva Ferreira, arrastada após cair da viatura e ficar presa na parte traseira do veículo, não ficarão impunes.
— Estou estarrecido com o caso. Isso é abominável. Eles (os PMs) já estão presos e podem ter certeza que não vão ficar impunes. Estou estarrecido. A maioria da corporação também ficou estarrecida com isso.
O subtenente Adir Serrano Machado, o subtenente Rodney Miguel Archanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves estão presos administrativamente desde domingo por determinação do comando do 9º BPM. A corregedoria da PM abriu Inquérito Policial Militar para apurar o caso.
Os três PMs estão sendo ouvidos pela corregedoria nesta tarde. Atingida por dois tiros durante operação policial no morro da Congonha, Claudia foi colocada no porta-malas de um carro da PM para ser levada ao hospital. No meio do caminho, a tampa do compartimento abriu, ela ficou pendurada por um pedaço de roupa no para-choque do carro e foi arrastada por pelo menos 250 metros.
Na segunda-feira (17), cerca de cem pessoas interditaram as duas pistas da avenida Ministro Edgard Romero, principal via de Madureira, na zona norte do Rio. Carregando faixas pretas e com críticas à Polícia Militar, os manifestantes protestaram contra a morte da auxiliar de serviços gerais. Mais de 200 pessoas estiveram presentes no enterro de Claudia no cemitério de Irajá, zona norte.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso. A Delegacia de Madureira (29ª DP) aguarda a conclusão do laudo cadavérico, que vai apontar se a causa da morte de Claudia foram os tiros ou o fato de ela ter sido arrastada durante o socorro. Os PMs envolvidos na ocorrência prestarão novos depoimentos.