Ingrid e Sara após meses do parto
Reprodução/Record TV RioA Polícia Civil solucionou, nesta segunda-feira (28), um mistério que assolava uma família no Rio de Janeiro desde outubro de 2021. Por, pelo menos, quatro meses, a dona de casa Ingrid Valeria Santos de Oliveira, de 28 anos, acreditava estar grávida de gêmeas. No entanto, ao ter o parto em um hospital da rede municipal da zona norte, apenas uma bebê foi entregue à paciente.
No dia 18 de outubro do ano passado, Ingrid precisou passar por uma cesariana de emergência. Ela deu à luz Sara, que nasceu com 3,187 quilos — o que é um peso improvável em uma gestação com dois fetos.
A médica que atendeu a paciente no Hospital Municipal Fernando Magalhães, em São Cristóvão, explicou que a irmã de Sara, na realidade, seria apenas o reflexo do líquido amniótico de um único bebê. Na época, Ingrid suspeitou de um possível sumiço da outra filha.
Mas as investigações da 17ª DP (São Cristóvão) concluíram que houve erro em uma ultrassonografia realizada em um hospital particular durante o pré-natal. Segundo os agentes, o exame feito em uma clínica apontou a gestação dupla no dia 10 de julho daquele ano.
O resultado do tal exame foi avaliado por um perito, que identificou semelhanças nas frequências cardíacas registradas, bem como em outras três características. "A coincidência de um desses parâmetros já seria um achado incomum, o que torna a presença de quatro parâmetros iguais algo muito improvável, já desconsiderando as medidas dos fêmures e as distâncias interorbitárias, também quase idênticas", afirmou o legista André Luíz Medeiros.
Ultrassom de hospital particular apontava gravidez de gêmeas em julho de 2021
ReproduçãoEm entrevista à Record TV Rio, Ingrid contou que continua com danos psicológicos, apesar de o caso ter sido esclarecido. "Como assim? Eu tenho documentos, provas. [...] Por um lado, acalma, mas no meu psicológico, não", afirmou.
A direção do Hospital Maternidade Fernando Magalhães disse que, apesar de o pré-natal ter sido feito em uma clínica da família, por opção da paciente as ultrassonografias foram feitas na rede particular. No processo aberto no dia 22 de dezembro na delegacia, as médicas responsáveis pelo pré-natal e cesária de Ingrid foram ouvidas.
Apesar da confusão, Ingrid e Sara, agora com 5 meses de vida, seguiram em bom estado de saúde.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa