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Nem arcebispo escapa: Santa Teresa tem rotina de assaltos e moradores criam cartaz anti-ladrão

Apesar de reclamações, PM diz que patrulhamento no bairro é realizado diariamente

Rio de Janeiro|PH Rosa, do R7

Cartaz criado por moradores sinaliza risco de assaltos em Santa Teresa
Cartaz criado por moradores sinaliza risco de assaltos em Santa Teresa Cartaz criado por moradores sinaliza risco de assaltos em Santa Teresa

Na noite de segunda-feira (15), o cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, foi vítima de um assalto em Santa Teresa, na região central do Rio. O cardeal seguia do Sumaré com destino à Glória, onde fica a sede da arquidiocese, quando o carro que ocupava foi abordado por três assaltantes armados. Os bandidos levaram celulares, carteiras, relógios, uma câmara fotográfica, o paletó do motorista, o anel cardinalício, o colar com o crucifixo peitoral e até o batina do seminarista.

Em outro ponto do bairro, na mesma noite, Marcos Vinícius Gomes, morador de Santa Teresa há 30 anos, voltava para casa em sua moto, por volta das 20h, quando viu um carro preto parado na subida da rua Monte Alegre. Quando se aproximava do veículo, o homem de 52 anos foi atropelado e em seguida rendido por dois homens que estavam no carro.

— Eu tentei levantar do chão, mas eles apontaram as armas e fizeram uma geral para ver se eu estava armado. Eles pediram o segredo da moto, eu disse que não tinha e que podiam levar tudo.

Segundo Marcus, os assaltantes levaram a mochila com celular, documentos e R$ 500. O caso foi registrado na 7ª DP (Santa Teresa) e o carro abandonado pelos ladrões foi apreendido pela polícia em outro ponto do bairro.

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Histórias como essas têm se tornado cada vez mais frequentes em Santa Teresa. Moradores dizem sentir insegurança e a falta de um patrulhamento mais ostensivo. As reclamações são frequentes na página da rede social da Amast (Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa), onde a população local afirma que a polícia intensifica o patrulhamento quando os assaltos são noticiados e, dias depois, as viaturas param de circular.

Dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) apontam que o número de roubo a pedestres na região teve uma leve queda entre os meses de junho, julho e agosto deste ano contra o mesmo período de 2013, passando de 88 para 83 casos. Já as ocorrências de roubos de veículos aumentaram de dez para 24 no mesmo período.

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Para ajudar na segurança, moradores espalharam cartazes com a frase “Cuidado: zona de assaltos”. Eles foram colocados em postes da rua Candido Mendes, onde os roubos são mais frequentes.

Juliano D’Angelo, que mora próximo à escadaria Selarón, diz que ali o policiamento é reforçado por se tratar de um ponto turístico.

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— Eu tenho a sorte de morar perto da escadaria e como é um lugar turístico está sempre patrulhado. Quando eu subo de táxi pela rua Candido Mendes, fico com medo, porque ali tem muito assalto a carros.

D’Angelo diz acreditar que a maioria das vítimas são mulheres e turistas estrangeiros. Para ele, de modo contraditório, o número de assaltos aumentou após a implantação de UPPs nas comunidades do bairro.

— Depois da pacificação, a segurança piorou. Está piorando muito, parece que o patrulhamento foi realocado. Todo dia ouço histórias de assaltos nas ruas Candido Mendes e Santa Cristina.

Em 2011, as comunidades dos Prazeres, Coroa, Fallet e Fogueteiro receberam UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). O argelino Sofiane Faci, que mora próximo a um dos acessos ao Fallet, diz que sempre vê policiamento próximo à comunidade.

— Eu nunca tive problema nenhum. Moro na entrada do Fallet e tem muito policial. De vez em quando tem tiroteio, mas nada muito grave. Eu não sinto perigo para mim, mas eu me preocupo com a segurança como um todo. É um sinal de que a segurança está meio estranha.

Para o argelino, existe uma propagação do medo, que não corresponde tanto com a realidade.

— Às vezes, o táxi não quer subir, porque tem medo. Eu sempre ando de dia e de noite. Todo dia, por volta de 23h, eu saio com minha cachorra. Para mim, Santa Teresa é um bairro tranquilo e, ao mesmo tempo, perigoso como qualquer outro.

A sensação de medo e insegurança também afeta o comércio da região. Em um dos bares mais famosos da região, o Bar do Mineiro, o movimento diminuiu após a intensa rotina de assaltos começar a ser noticiada.

Em nota, a Polícia Militar informou que o patrulhamento no bairro é realizado por quatro viaturas e uma dupla de moto. Após o assalto ao arcebispo, a PM realizou buscas na região e disse que vai intensificar o contato com a 7ª DP e com a UPP da região para buscar a identidade dos criminosos.

Veja o vídeo sobre o assalto ao arcebispo Dom Orani Tempesta:

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