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Oito dias após morte, corpo de capitão Adriano permanece em IML

Decisão judicial impediu cremação de Adriano de Nóbrega devido às investigações sobre as circunstâncias em que o miliciano foi baleado

Rio de Janeiro|Do R7

Miliciano é apontado com chefe do Escritório do Crime
Miliciano é apontado com chefe do Escritório do Crime Miliciano é apontado com chefe do Escritório do Crime

O corpo de Adriano Magalhães da Nóbrega repousa em uma geladeira do IML (Instituto Médico Legal) do Rio oito dias após a morte do ex-capitão da Polícia Militar, apontado como chefe da milícia Escritório do Crime.

O atraso no sepultamento ocorre devido a uma disputa familiar e a investigações sobre as ligações de Nóbrega com o crime organizado no Rio e com o esquema de rachadinha - devolução de parte de salários - no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador sem partido.

O presidente Jair Bolsonaro, pai de Flávio, disse que Nóbrega foi morto "pela Polícia Militar da Bahia do PT". O governador baiano, o petista Rui Costa, repudiou as declarações. Ele defendeu a ação da PM e acusou a Presidência de ter "laços de amizade" com "marginais".

De acordo com a polícia, o ex-capitão foi morto no domingo (9) em confronto após receber os agentes a tiros durante uma operação em Esplanada, no interior da Bahia.

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A necropsia feita em Salvador confirmou a versão oficial, embora ainda estejam pendentes laudos importantes para a investigação da morte. Faltam os resultados do exame residuográfico (que informaria se Nóbrega disparou uma arma de fogo) e o das marcas de bala nos escudos policiais (que indicariam a reação).

O advogado do ex-capitão, Paulo Catta Preta afirmou que o cliente temia ser assassinado. Por isso, não se entregaria às autoridades.

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Na quinta-feira (13), a viúva do ex-capitão, Julia Emília Mello Lotufo, pediu a realização de uma perícia particular no corpo. Ela também acredita que o marido pode ter sido executado. A Justiça do Rio negou o pedido. Então, um novo pedido de autorização para realização de nova perícia foi feito à Justiça da Bahia.

O corpo de Nóbrega foi levado para o Rio na terça-feira (11) em um voo comercial. A mãe do ex-capitão pretendia cremá-lo já na manhã de quarta-feira (12), no Memorial do Carmo, no Caju. Mas também foi impedida pela Justiça.

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Na madrugada de quarta-feira, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti do Plantão Judiciário, atendendo ao pedido do Ministério Público considerou que o pleito da família não atendia aos requisitos da lei. Não estava, segundo a magistrada, acompanhado de documentos imprescindíveis, como a guia de remoção do cadáver e o registro de ocorrência. Além disso, alegou que a morte não se deu por causas naturais: "acaso fosse deferida a cremação, (...) inviabilizadas estariam eventuais providências a serem levadas a efeito pela autoridade policial".

Na tarde de quarta-feira, o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, proferiu uma nova decisão contra a cremação. Desta vez, a medida ocorreu no processo referente à Operação Intocáveis, do Ministério Público do Rio. A ação apura a participação de Nóbrega no Escritório do Crime. A quadrilha é apontada como autora de extorsões, atos de grilagem e assassinatos por encomenda.

Enquanto a Justiça não se decidia sobre a cremação e o novo exame, o corpo de Nóbrega ficou em uma funerária em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, onde teria sido embalsamado a pedido da família.

Desde a noite do último domingo (16), o corpo "está acautelado em geladeira", nas palavras de nota da Polícia Civil do Rio. O destino do cadáver segue nas mãos da Justiça.

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