Orlando de Curicica está preso desde outubro de 2017
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A Justiça negou mais um pedido de habeas corpus em favor do ex-policial e acusado de chefiar milícia Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica. O recurso, julgado na tarde desta terça-feira (19) pelos desembargadores da 2ª Câmara Criminal do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), se referia ao crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo.
Mais cedo, também na terça-feira, Orlando foi transferido do Complexo Petinenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, para uma penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte. O advogado do miliciano, Renato Derlam, disse estranhar o fato da transferência coincidir com o dia do julgamento do habeas corpus. Segundo ele, se o recurso fosse aceito, Orlando precisaria viajar de volta ao Rio de Janeiro, onde residia antes da prisão.
A decisão de transferir Orlando para um presídio federal foi anunciada pela Justiça no último dia 14 de maio. No pedido, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) afirmou que a transferência seria “de grande relevância para o interesse da segurança pública, visando inibir a atuação do preso em referência e de coibir eventuais associações criminosas, bem como quaisquer outras práticas que atentem contra o Estado e a população”.
Orlando é suspeito de comandar a milícia em Jacarepaguá, bairro vizinho à Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro. A região é reduto de grupos paramilitares na capital fluminense.
Recentemente, outra denúncia pesou contra o ex-PM: ele e o vereador Marcello Siciliano (PHS) foram apontados por uma testemunha como mandantes do assassinato da também vereadora Marielle Franco (PSOL).
Mas, antes disso, Orlando já era investigado por outro crime. Desde o último dia 28 de outubro o miliciano está preso por suspeita de envolvimento no assassinato de Wagner Rafael Souza, presidente da Escola de Samba União Parque Curicica, um crime com características de execução. Wagner foi morto a tiros dentro de um carro em Jacarepaguá, também na zona oeste da cidade, em 2015.
Procurada pelo R7, a defesa de Orlando não respondeu até o fechamento desta matéria.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Ingrid Alfaya