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Placas que homenageavam vítimas de violência são retiradas da orla da Lagoa, na zona sul do Rio

Ainda não há informações sobre quem retirou a homenagem

Rio de Janeiro|Do R7 com Agência Estado

Na semana em que chegou a 97 o número de policiais militares assassinados no Rio de Janeiro somente neste ano, as placas que prestavam homenagem a agentes e a 36 crianças que morreram vítimas da violência urbana desde 2007, na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio, foram retiradas durante a madrugada desta quarta-feira (16). Até o fim da tarde, não se sabia quem retirou a homenagem.

Os cartazes, feitos pela ONG Rio Paz, ficavam ao lado de uma bicicleta, em memória do médico e ciclista Jaime Gold, assassinado à faca durante um assalto no local. A intervenção com os nomes das crianças estava ali há dois anos. As placas com os nomes dos policiais foram colocadas em 27 de julho.

O presidente da ONG, Antonio Carlos Costa, disse estar indignado com o que aconteceu. "Ainda não sabemos quem fez isso. Nós lamentamos esta memória ser apagada. As pessoas que passavam aqui paravam, liam os nomes, sabiam um pouco da história das vítimas da violência do Rio. Não sei qual foi a intenção de quem as retirou", disse.

As placas faziam alusão a três setores distintos da sociedade. Para Costa, a retirada das placas de PMs e crianças parece mostrar que uma morte na zona sul tem mais valor do que aquelas ocorridas em comunidades. “Lamentamos profundamente o ocorrido porque entendemos que o Rio de Janeiro carece de campanhas educativas que têm como objetivo fazer referência à vida humana. Essas placas faziam alusão aos mais diferentes setores da sociedade e eram para ser lembranças permanentes desses seres humanos que foram vítimas da violência no Rio”, avaliou.

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A ONG fará um ato público na quinta-feira (17), em repúdio a retiradas das placas. Serão colocadas, ao todo, 133 fitas pretas em referência aos 97 Policiais Militares assassinados em 2017 e as 36 crianças vítimas de bala perdida desde 2007 no Estado.

A cabo da PM Flavia Louzada, fundadora da ONG A Vida do Policial é Sagrada, afirmou que a retirada das placas mostra o descaso das pessoas com as mortes dos policiais e com as crianças de favelas.

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"Tiraram tudo, só ficou a bicicleta do médico morto da zona sul. Só ele tem importância? Na semana passada a mãe de um policial veio aqui e chorou na placa do filho. O que vamos dizer para ela agora?", declarou.

Flavia disse, também, que os cartazes eram uma homenagem aos policiais militares. "Tiraram os nomes do policias como se as mortes deles não significassem nada. Acredito que toda vida tem o mesmo valor. Não entendo porque a bicicleta foi deixada e as placas dos policias e das crianças foram tiradas”, lamentou.

Esta é a segunda vez que as placas são retiradas. A primeira foi quando a prefeitura decidiu recolhê-las por conta da Olimpíada, em 2016.

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