Carlos Santa Rosa, pai do jovem que teve a bexiga perfurada por um disparo efetuado por um policial militar na madrugada da última segunda-feira (25), teme que o filho fique com sequelas. Ele relata que foi acordado durante a noite com a notícia de que Caio Carneiro Santa Rosa, de 21 anos, havia sido baleado. Quando chegou ao local, o jovem já estava ensaguentado na ambulância e um grupo de pessoas apontava para o agente e gritava: "foi aquele PM que baleou teu filho".
— Meu filho é inocente e está aí mutilado. Vai ficar com sequelas e eu só queria justiça.
O policial militar que efetuou o disparo que atingiu Caio foi indiciado por tentativa de homicídio. De acordo com o delegado Hércules do Nascimento, ao atirar no meio da multidão, o PM assumiu o risco de acertar alguém. Um vídeo amador registrou o momento do disparo (assista abaixo).
Ainda de acordo com o delegado, o tiro não foi dado para o alto, caso contrário, não teria acertado a vítima. Ele afirma que, diante da versão do policial, que alegou que o jovem tentou desarmá-lo, ainda investiga a possibilidade de ter existido fraude processual e falso testemunho durante o depoimento.
Segundo testemunhas, a confusão começou após Caio passar mal em um pagode, em Anchieta, zona norte do Rio. Pessoas que estavam no local chamaram a polícia para socorrê-lo, mas PMs se recusaram a prestar socorro. Para dispersar a confusão, um dos policiais atirou para o alto e o disparo atingiu o jovem na região do abdome e perfurou a bexiga.
Caio foi socorrido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ricardo de Albuquerque e encaminhado para o hospital Salgado Filho, no Méier, zona norte. Após passar por cirurgia, ele está lúcido e em estado estável.
A PM informou que o policial atirou após ter sido cercado por pessoas alcoolizadas. De acordo com o Batalhão de Irajá (41º BPM), um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar as responsabilidades legais. O caso foi registrado na delegacia da Pavuna (39ª DP).
Assista à reportagem: