r7rio-062015-pacificação maré
Reprodução/Rede RecordO secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou, nesta terça-feira (30), que a Polícia Militar seguirá um planejamento de inauguração de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) somente quando houver uma infraestrutura digna no Complexo da Maré, zona norte. Durante a manhã, as Forças de Pacificação do Exército deixaram definitivamente a comunidade para que a PM ocupasse totalmente a região.
— Faremos um cerco e vamos continuar atingindo áreas que influenciem muito no comportamento criminal da Maré. Desarticular facções é um trabalho muito difícil. No complexo, há três delas que atuam há 40 anos. Mas temos que retomar territórios, tirando a área de atuação desses grupos das comunidades. O Estado tem que mostrar que é forte, que tem uma estratégia e que tem o monopólio disso.
Beltrame elogiou o trabalho das equipes do Exército e afirmou que o número estimado de policiais para o local gira entre 1.700 e 1.800 homens. Ele ressaltou que a pacificação também depende de uma ação social nas áreas que sofrem com a criminalidade.
— Cada secretaria deve ter uma proposta para esses lugares. A prefeitura estuda implantar dez colégios em tempo integral na Maré. A polícia tem trabalhos preventivos para a segurança pública, mas a nação brasileira precisa encarar que isto não é único e exclusivamente um problema policial.
O secretário acredita que os moradores aprovam a presença dos agentes na comunidade e que eles estão passando por treinamentos e reciclagens para atuarem nas UPPs. Beltrame ressaltou que a implantação das unidades é um processo lento.
— Nosso desafio aqui é muito grande como é o desafio de todo o Rio. É um trabalho difícil e complexo, mas tenho certeza que o Rio não melhora sem tirar essas pessoas que se dizem donas dessas áreas. A comunidade quer a polícia, porém a história do Rio fez com que as pessoas tivessem medo de se mostrarem favoráveis a força do Estado. É um trabalho gradual, lento e progressivo para que no futuro vejam que é melhor estar do lado do Estado do que do crime.
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