Mãe de sargento morreu após reconhecer corpo do filho
ReproduçãoA Polícia Civil faz uma grande operação nesta segunda-feira (18) contra o tráfico de drogas nas favelas do Lixão, Vila Ideal e no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A quadrilha que controla as três comunidades, segundo a polícia, é responsável pelo assassinato do sargento da PM Douglas Caluete, no último dia 7.
A ação visa o cumprimento de 45 mandados de prisão. Até as 11h30, 17 já haviam sido cumpridos contra suspeitos já presos e outros três foram detidos hoje.
As investigações, que começaram há cerca de um ano, indicam que o mesmo grupo criminoso é responsável também pela morte do bebê Arthur, baleado no útero da mãe, em junho de 2017.
De acordo com informações da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, o líder da quadrilha é conhecido como Charles do Lixão, que cumpre pena no presídio federal de Catanduvas, em Santa Catarina. Para a polícia, mesmo preso ele continua controlando as três comunidades.
O filho, a mulher e a nora do suposto chefe da quadrilha também ocupam papeis de confiança na hierarquia do grupo criminoso, segundo as investigações.
Os policiais civis também fazem buscas ao segundo homem na escala da quadrilha, conhecido como Paulinho da Vila Ideal.
A ação coordenada pela 59ªDP (Duque de Caxias) conta com apoio de unidades distritais e especializadas, que juntas somam cerca de 250 agentes.
Sargento Caluete
O sargento Douglas Fontes Caluete, de 35 anos, foi morto em uma tentativa de assalto no último dia 7, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O carro do PM foi cercado por cinco homens armados em Gramacho. Ele não reagiu, mas foi alvejado após um dos suspeitos perceber que ele estava armado. O sargento não resistiu e morreu no local.
Ao reconhecer o corpo do filho, a mãe do militar, Maria José Fontes, de 56 anos, passou mal e morreu. Ela chegou a ser socorrida, mas já chegou sem vida a Upa de Sarapuí, em Caxias.
O sargento Fontes estava há 12 anos na corporação. Ele foi o 53º policial militar assassinado no Estado do Rio em 2018.
Bebê Arthur
O bebê Arthur nasceu em uma cesariana de emergência após a mãe ser baleada na barriga, no entorno da favela do Lixão, no dia 30 de junho do ano passado. Claudinéia dos Santos Melo, de 29 anos, estava grávida de nove meses.
Arthur nasceu com os dois pulmões perfurados pelo tiro, que também causou uma hemorragia cerebral e fraturas nas vértebras T3 e T4, atingidas por estilhaços. A criança ficou internada na UTI neonatal, porém não resistiu e morreu um mês depois.
Também ferida, Claudinéia ficou internada durante uma semana e conseguiu sobreviver.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Raphael Hakime