Bruno sofreu com choque no teaser durante manifestação e foi acusado de atirar explosivo contra policiais
ArquivoO governo do Estado do Rio de Janeiro foi condenado nesta terça-feira (31) a pagar uma indenização de R$ 15 mil a Bruno Ferreira Teles. Ele foi detido por policiais militares em julho de 2013, acusado de jogar um coquetel molotov durante uma manifestação na zona sul do Rio.
Segundo a juíza Sylvia Therezinha Hausen de Area Leao afirmou que “o dano moral restou caracterizado e deve ser plenamente indenizado. Ressalte-se que o mesmo tem caráter punitivo e pedagógico de forma a impedir que o réu volte a cometer o mesmo tipo de abuso”.
Bruno entrou com ação indenizatória após o processo ser arquivado na 21ª Vara Criminal diante da falta de provas que ele teria atirado o artefato explosivo contra os policiais. Imagens em redes sociais e nos sites de notícias mostraram que Bruno não se encontrava no local de onde foram lançados os coquetéis molotov.
O indenizado só foi acusado de ter disparado o explosivo por um policial, o responsável pela detenção. Os outros policiais envolvidos na ação admitiram que não havia como identificar o autor de arremessar o coquetel molotov.
Relembre o caso
Na primeira nota à imprensa, divulgada no dia 23 de julho de 2013, a polícia justificava a prisão de Bruno por “porte de artefato”. No dia 25 de julho, porém, disse que com Bruno foram apreendidos apenas dois braceletes de alumínio e que ele foi indiciado por ter sido flagrado “usando artefato incendiário”. Com isso, cairia por terra a informação da Polícia Militar de que Bruno levava uma mochila com coquetéis molotov.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a prisão de Bruno se baseou no depoimento de PMs, que disseram na Delegacia do Catete (9ª DP) ter visto o manifestante lançando um coquetel contra a tropa da corporação.
Ainda segundo os agentes, Bruno teria resistido à prisão e tentado correr. Antes de ser levado à DP, ele sofreu choque com um teaser (arma não letal que lança descargas elétricas).