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Reitoria da UFRJ permanece ocupada por alunos

Estudantes cobram normalização dos salários dos terceirizados

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

Estudantes ocupam reitoria e se reunirão nesta sexta-feira (15)
Estudantes ocupam reitoria e se reunirão nesta sexta-feira (15) Estudantes ocupam reitoria e se reunirão nesta sexta-feira (15)

Estudantes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ocupam desde quinta-feira (14) o prédio da reitoria da universidade. Eles exigem o pagamento de salários dos prestadores de serviço terceirizados e também cobram melhorias na assistência estudantil.

O prédio foi ocupado após uma assembleia realizada durante a tarde. Os alunos passaram a noite na reitoria, onde aguardam posicionamento da instituição.

Membro do DCE (Diretório Central Estudantil) da universidade, Raphael de Almeida destacou que a discussão vai além da continuidade ou não das aulas.

— O que debatemos é que a UFRJ, a maior universidade federal do país, não pode ser conivente com trabalho análogo à escravidão.

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Terceirizados da instituição têm recebido salários atrasados desde o início do ano. A Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ afirma que os trabalhadores sofrem pressão para trabalhar, mesmo sem receber salários e benefícios.

Vice-presidente da associação, Terezinha da Costa afirmou que foi obrigada a assinar aviso prévio na empresa Qualitécnica, onde trabalha como auxiliar de serviços gerais. Segundo ela, os atrasos no pagamento e salários incompletos têm causado sofrimento aos trabalhadores.

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— Me mandaram embora para desestabilizar, porque sou líder do movimento. Nossos colegas estão passando fome, sendo despejados e humilhados. Na comunidade não tem isso de apenas desocupar. Eles têm maneiras diferentes de cobrar o aluguel. Muitas vezes, até ameaçam.

A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com a empresa Qualitécnica.

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Na quinta à noite, o reitor da UFRJ, Carlos Levi, se reuniu com uma comissão dos alunos que ocuparam a reitoria para discutir as reivindicações. De acordo com a universidade, depois de quase cinco horas de discussão, ficou acertada uma nova reunião com responsáveis das áreas financeira, de gestão e governança, além do reitor eleito, Roberto Leher.

No encontro também ficou decidida a realização de um censo sobre os moradores da Residência Estudantil, adoção de medidas para agilizar a implantação de novos bandejões e análises sobre alternativas de alimentação em lugares onde não há restaurantes. Os estudantes cobram o funcionamento de bandejões nos campi Praia Vermelha, centro, Xerém, Maricá e Macaé. 

Nesta sexta-feira (15) à tarde, estudantes e decanos da universidade decidirão o que fazer caso a situação dos terceirizados não seja normalizada. Segundo a UFRJ, as medidas podem incluir a paralisação da UFRJ na segunda-feira (18) e recorrer ao Ministério Público do Trabalho.

Diretora de comunicação do DCE e aluna de letras, Luiza Foltran acredita que a perspectiva é que na segunda as aulas sejam suspensas .

— Não queremos ficar sem aulas, mas, para nós, é inadmissível ter aula com essa situação de trabalho escravo na universidade. Caso seja definido que não é possível resolver a situação dos terceirizados hoje, e esse é um indicativo com o qual contamos, depois da reunião de 16h faremos uma nova assembleia para decidir com os estudantes quais serão os próximos passos.

Por meio de nota publicada em seu site, a UFRJ esclareceu que está se empenhando para realizar os pagamentos, mas que, nos primeiros cinco meses de 2015, recebeu repasses de R$ 85 milhões, quando as parcelas deveriam ter somado R$ 131 milhões. Na nota, a direção da universidade informou que a liberação plena do Orçamento de 2015 está prevista para o dia 22, o que deve "atenuar as atuais restrições".

O MEC (Ministério da Educação) explicou que o repasse de um dezoito avos do orçamento nos primeiros dois meses do ano (em vez de um doze avos) deixou restos a pagar nas universidades. Para equacionar a diferença, o ministério depende de autorização do Tesouro Nacional. De acordo com o ministério, não haverá cortes no custeio das universidades federais.

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