Paes disse que prefeitura exigiu que empresa pagasse taxa
MARCELO FONSECA/ESTADÃO CONTEÚDO/ARQUIVOO prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, informou nesta sexta-feira (9) que vai recorrer da decisão da Justiça que bloqueou seus bens. Ele é acusado de praticar uma irregularidade na construção do Campo de Golfe Olímpico da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Paes rebateu afirmação do Ministério Público do Rio de Janeiro de que não teria exigido que a Fiori Empreendimentos Imobiliários, responsável pela construção, pagasse uma taxa para a autorização de supressão de vegetação exótica. Segundo ele, durante o processo de lincenciamento ambiental do campo de golfe, a prefeitura exigiu que o valor fosse pago para liberar a obra.
O prefeito, que terá o mandato encerrado no próximo dia 31, disse que emitiu diversas vezes o chamado Darm (Documento de Arrecadação de Receitas Municipais), em nome da Fiori, que não teria efetuado o pagamento.
Dívida da Fiori Empreendimento já chega a R$ 3,3 milhões, segundo Prefeitura do Rio
ReproduçãoTambém disse que em 9 de novembro, um mês antes da ação ajuizada pelo MP, a Secretaria de Meio Ambiente enviou ofício à Procuradoria Geral do Município solicitando a cobrança dos valores atualizados e acrescidos de juros via dívida ativa. De acordo com o documento apresentado pela prefeitura, o débito da empresa já estaria em R$ 3.365.255,41.
O chefe do Executivo carioca ainda repudiou afirmação do MP de que sua ida aos Estados Unidos em 2017, representaria uma forma de não cumprir eventuais responsabilidades referentes ao período de seu governo.
Em nota, Paes disse “que sua ida a Nova York é de conhecimento público há mais de um ano, quando recebeu o convite de uma das mais importantes universidades americanas, a Columbia University, que faz parte da renomada Ivy League, para ser professor visitante”. Também afirmou foi convidado para ser consultor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
De acordo com Paes, a sua volta estaria programada para 2018 em razão de seu interesse em concorrer ao governo estadual nas eleições. Ele ainda lembrou que, apesar de ação anterior do Ministério Público contra a construção do campo de golfe, a Prefeitura do Rio obteve da Justiça parecer favorável ao empreendimento que representou “ganho ambiental à região”.
Ele é acusado de improbidade administrativa na construção do campo de golfe. O bloqueio dos bens foi decretado pelo juiz Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 8ª Vara de Fazenda Pública da Capital. O magistrado também decretou o bloqueio de bens da Fiori Empreendimentos Imobiliários.
A reportagem do R7 tentou contato com a Fiori Empreendimentos, mas não teve retorno até as 18h55.