Desde o último fim de semana, polícia ocupa comunidade
JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOAs polícias Civil e Militar não têm mais autorização para fazer buscas e apreensões na Cidade de Deus, zona oeste, sem que estejam amparadas por mandados individuais. A decisão é do Tribunal de Justiça, em resposta ao Habeas Corpus Coletivo pedido pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) contra as buscas e apreensões nas casas de quatro pontos da comunidade. As revistas vinham sendo realizadas desde a última segunda-feira com base em mandado coletivo, sem prazo determinado, expedido em primeira instância a pedido da Polícia Civil.
Na decisão, a desembargadora Denise Vaccari Machado Paes relata ter sido informada pelo delegado de polícia Felipe Curi de que a operação que havia motivado o pedido já estava encerrada e que os mandados haviam sido recolhidos. No entanto, informações que chegaram à Defensoria davam conta de que policiais militares continuavam fazendo as revistas nas casas. Links com imagens publicadas por moradores nas redes sociais, na imprensa e enviadas à Defensoria Pública foram anexados ao pedido.
No último fim de semana, a PM iniciou uma operação após uma viatura ser atacada próximo a entrada da Cidade de Deus. Durante a ação, o helicóptero da PM, que dava apoio aos agentes em terra, caiu e matou quatro oficiais. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas. No dia seguinte, os corpos de sete jovens foram encontrados na área de mata da comunidade. A polícia ainda investiga o caso.
Na segunda-feira, o confronto entre policiais e o tráfico de drogas deixou mais de sete mil alunos sem aulas na região. As escolas voltaram a fechar as portas, nessa quarta-feira (23), em decorrência da operação da Polícia Civil na Cidade de Deus.
Rapper denunciou abuso da polícia
O rapper MV Bill, morador da Cidade de Deus, denunciou em uma rede social, na manhã desta quarta-feira (23), suposto abuso de policiais contra moradores da comunidade. Segundo ele, apartamentos vizinhos ao dele foram arrombados e invadidos por agentes na ausência dos moradores.