A Anistia Internacional divulgou, nesta quinta-feira (15), um balanço sobre a violência durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 no destacou que as competições deixaram um "legado de violência" marcado por "operações de segurança letais e repressão a protestos".
De acordo com a ONG, operações policiais violentas foram realizadas em diversas áreas do Rio de Janeiro. Entre os dias 5 e 21 de agosto, 12 pessoas morreram em decorrência de ações policiais, 44 foram mortas em eventos sem a presença das forças de segurança e 217 confrontos envolvendo a polícia foram informados em reunião com a Anistia pelo Comando Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Segundo o balanço, apesar de a candidatura das Olimpíadas ter prometido uma cidade “segura para todos”, violações de direitos humanos continuaram na repressão aos protestos e no aumento dos homicídios em operações policiais nos meses que antecederam os Jogos e durante o evento esportivo.
A Anistia ressalta que, durante os Jogos, manifestações públicas foram reprimidas com uso desnecessário de força e uso abusivo de balas de borrachas, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. A organização também relatou que diversas pessoas foram presas de maneira arbitrária e outras removidas de áreas de competições por usarem faixas ou blusas com mensagens de protesto.
O diretor executivo da Anistia Internacional, Atila Roque, refletiu sobre o resultado do balanço.
“A maior lição que podemos e devemos tirar da promoção da Olimpíada no Rio é que este modelo de megaevento realizado às custas de violações direitos humanos como remoções e abuso policial não é aceitável ou bem-vindo em cidade alguma do mundo. Não faz sentido promover medidas que beneficiem apenas uma parcela da população, enquanto outros cidadãos sofrem os impactos negativos da realização dos Jogos”
O balanço divulgado hoje foi intitulado “Legado de Violência: homicídios pela polícia e repressão a protestos na Olimpíada Rio 2016”. O novo relatório é complementar ao documento “A violência não faz parte deste jogo: Riscos de violações de direitos humanos nas Olimpíadas Rio 2016”, lançado em junho passado.