Um dia após paralisações, a circulação dos trens no ramal Japeri e da extensão Paracambi foi suspensa mais uma vez na tarde desta terça-feira (31). A Supervia, responsável pelo serviço, comunicou que a decisão foi tomada após novos registros de furtos de cabos.
A operação foi interrompida às 16h e ainda não há previsão para normalização, segundo a empresa.
Segundo a concessionária, foram furtados mais de 200 metros de cabos de sinalização nas regiões de Nova Iguaçu e Queimados. Além disso, houve registro de vandalismo contra equipamentos que auxiliam o sistema de sinalização em Edson Passos.
Os prejuízos levaram à suspensão temporária do serviço, já que, segundo a empresa, com esses danos, os trens precisam ser licenciados via rádio (de forma manual, não automática) por um grande trecho de 11 estações - entre Anchieta e Engenheiro Pedreira, o que levaria ao aumento do intervalo entre trens e superlotação das estações.
Desde ontem, a concessionária enfrenta as consequências do arrombamento de instalações e furto de materiais na região de Nova Iguaçu. Os criminosos levaram seis relés, peças que garantem a inteligência do sistema de sinalização e são responsáveis pelos sistemas lógicos de fechamento e abertura automática de sinais para os trens em todo o ramal.
De acordo com a SuperVia, os relés que foram levados custam aproximadamente R$ 30 mil cada, mas, ao serem vandalizados, são vendidos como sucata por poucos reais.
A empresa ressaltou que, devido a uma quantidade cada vez maior de materiais furtados, tem encontrado dificuldade para fazer a reposição dos materiais, problema que já vem ocorrendo desde o início deste ano.
Um levantamento interno apontou que, no primeiro semestre de 2021, houve 364 ocorrências de furtos de cabos de energia e de sinalização no sistema ferroviário, totalizando mais de 14 mil metros de cabos retirados indevidamente do sistema. Já foi gasto mais de R$ 1 milhão com recuperação do sistema de sinalização devido a esses crimes.
A empresa disse que os casos são comunicados às autoridades competentes e registrados na DRF (Delegacia de Roubos e Furtos).
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira