Um dos estudantes que frequenta o Centro, que preferiu não se identificar, conta que a universidade não se preocupou em avisar os estudantes
Reprodução - Rede RecordCerca de 1.200 estudantes do Centro de Ciências da Saúde (CCS) voltaram às aulas nesta quarta-feira (7), três dias depois de elas terem sido suspensas devido ao vazamento do elemento químico bromo em um laboratório do Centro na última quinta (1).Apesar das aulas terem sido suspensas nos últimos dias, a circulação pelo local foi permitida e apenas o laboratório onde o bromo vazou permanece fechado. A UFRJ contratou uma empresa especializada para fazer a limpeza do local.
Um dos estudantes que frequenta o Centro, que preferiu não se identificar, conta que a universidade não se preocupou em avisar os estudantes assim que o vazamento ocorreu na quinta-feira (1) e quis minimizar o caso.
— A Universidade não está preocupada, porque de acordo com a decana em entrevista aos jornais, está tudo uma maravilha. Mas não é bem o que aconteceu. Os alunos do laboratório estão passando mal. Tiveram os sintomas de intoxicação no fim de semana.
O bromo é altamente tóxico e, mesmo em pequenas quantidades, pode causar problemas imediatos de saúde ou morte. É muito irritante tanto para os olhos como para a garganta; em contato com a pele ocasiona inflamações dolorosas.
Segundo o estudante, o subsolo do bloco B não havia sido lacrado até domingo à noite, três dias depois do vazamento.
— O responsável do laboratório não notificou a Decania do CCS. A Decania foi notificada na sexta-feira, no fim do expediente. Só que eles só tomaram providências no fim de domingo. O acidente foi na quinta, e muitos trabalharam no subsolo do bloco B na sexta, porque não avisaram. Estão minimizando o problema.
Segundo a Universidade, a direção do laboratório controlou a situação na própria sexta-feira (2) e a Decania do Centro de Ciências da Saúde, que é responsável pelas faculdades da área de saúde, está a disposição de estudantes que apareçam com sintomas de contaminação. Mas, segundo a UFRJ, até a tarde deste terça (6), ninguém procurou a instituição.
Colaborou Victor Sena, do R7 Rio