O serviço de mototáxis surgiu nas comunidades do Rio de Janeiro como improviso para acessar áreas onde ônibus não sobem e o táxi comum não quer entrar. A alternativa facilita a vida de pessoas que moram nas partes mais altas das favelas cariocas.
Há dez anos, o número de mototaxistas na cidade era pouco mais de 2.000, de acordo com a Associação de Motociclistas do Rio de Janeiro. Hoje, esse número é de quase 10 mil, sendo que a maioria dos trabalhadores atua de forma informal.
No Vidigal, zona sul do Rio, Luís Felipe trabalha com o mototáxi há dez anos. Segundo ele, o trânsito na comunidade é mais tranquilo que no asfalto. Porém, entre as vielas do morro, existem outros obstáculos.
— Tem bastante crianças correndo pelas ruas então a gente tem que ter muito cuidado, muita atenção para não atropelar ninguém.
De acordo com Aloisio Brás, presidente da Associação de Motociclistas do Rio de Janeiro, o serviço cresceu tanto que chegou às ruas da cidade.
— Hoje a dificuldade do trânsito, a carência de transporte, fez com que as motocicletas consigam andar nesse trânsito alucinado que é o do Rio de Janeiro.
Em Macaé, no norte do Estado, a profissão de mototaxista já é regulamentada há quase dois anos. O piloto tem que passar por um curso de direção defensiva e usar equipamentos de segurança como coletes com alças.
No Rio, os mototaxistas esperam o dia em que poderão trabalhar legalizados. O secretário municipal de Transportes Carlos Roberto Osorio disse que estuda a regulamentação da profissão e diz que o serviço será restrito a algumas comunidades.
— Não é um tipo de serviço adequado para a área urbana da cidade. Para isso já temos o metrô, os trens, o serviço das barcas, o serviço de ônibus e também o serviço de vans. O serviço de motocicleta, que é de baixíssima capacidade, é adequado para o transporte público em condições muito específicas, como por exemplo áreas de morro e áreas de comunidade.
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