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"Tinha choro manhoso", diz cabeleireira sobre ligação de Henry

Mulher que atendeu Monique Medeiros no dia 12 de fevereiro foi a única testemunha de acusação contra Jairo Souza dos Santos

Rio de Janeiro|Rafaela Oliveira, do R7*, com Aline Pacheco e Fernanda Macedo, da Record TV Rio

Jairo e Monique são julgados pela morte de Henry
Jairo e Monique são julgados pela morte de Henry Jairo e Monique são julgados pela morte de Henry

A Justiça do Rio de Janeiro ouve, nesta terça-feira (14), testemunhas de defesa do ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, além de uma de acusação: Tereza Cristina dos Santos, cabeleireira de Monique Medeiros. O padrasto de Henry Borel é acusado de ter matado o enteado em março deste ano.

A cabeleireira é a única testemunha de acusação na sessão de hoje. Ela teria presenciado parte de uma videochamada da babá Thayná Oliveira para Monique Medeiros no salão onde trabalha, em um shopping na Barra da Tijuca, no dia 12 de fevereiro.

Na ligação, o menino teria relatado as agressões que sofreu do padrasto. A funcionária notou que Henry tinha "um choro manhoso" e teria perguntado à mãe "Eu te atrapalho?".

Em depoimento, Tereza Cristina afirmou que não conhecia Jairo e já havia atendido Monique umas três vezes. A testemunha explicou que não ouviu toda a conversa entre a mãe de Henry e a babá do filho, mas que, ao resgatar a memória daquele dia, lembrou-se de que a cliente continuou no estabelecimento por mais ou menos uma hora após a chamada. 

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A testemunha de acusação tem filhos e um neto. Ela disse que a babá Thayná Oliveira teria a intenção de mostrar que Henry Borel estava mancando durante a chamada de vídeo, mas isso não lhe causou estranheza. "A princípio, parecia ser um diálogo normal, uma reclamação", comentou. 

"Ele [Henry] disse 'o tio brigou'. Na verdade, não sei ao certo se era 'brigou' ou 'bateu' [...]. Ele estava com um choro manhoso", ressaltou Tereza. 

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A depoente esclareceu que não tinha ido até a delegacia de polícia por receio de se envolver no caso. Ela afirma que foi convocada a falar com os delegados por meio do setor jurídico do salão onde trabalha, tendo ido a um centro técnico da empresa no bairro da Freguesia. 

Após a chamada de vídeo, Monique teria conversado por ligação de voz com uma pessoa. A cabeleireira Tereza afirma que não tem certeza de que essa pessoa era Jairo. 

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Depois da ligação, Monique teria perguntado à funcionária se havia lojas que vendessem câmeras no shopping. "Pelo que eu entendi, ela [Monique] estava desconfiada de alguma coisa", disse a testemunha. 

O dia 18 de março foi o terceiro atendimento de Monique Medeiros no salão. De acordo com a cabeleireira, a mãe de Henry Borel parecia abatida. 

Defesa de Jairo

A Justiça determinou que uma tia de Jairinho e Thiago Kwiatkowski Ribeiro, ex-vereador como o então médico e atual membro do Tribunal de Contas da cidade do Rio, fossem ouvidos como testemunhas de defesa na parte da manhã. Os demais deverão ser ouvidos à tarde às 13h30, após o almoço.

Outras cinco pessoas comparecerão ao julgamento em defesa do ex-vereador. Entre estas, a assessora de Jairo, um ex-motorista, um policial civil e uma ex-namorada.

O início da audiência estava previsto para as 9h30, mas ela só começou por volta das 10h50, no centro da cidade. Segundo informações, a demora ocorreu devido a um atraso na chegada de Jairinho. 

Ontem (13), a juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da capital, aceitou o pedido da defesa para exame psicológico de Jairinho, sob a justificativa de atentar ao "princípio da plenitude de defesa". O texto ressalta que "o acesso das psicólogas indicadas deverá se dar, igualmente, mediante adoção das cautelas de estilo que julgar necessárias a autoridade custodiante. Oficie-se informando os nomes das profissionais indicadas pela defesa".

A denúncia

Henry Borel Medeiros, filho de Monique e enteado de Jairinho, morreu no dia 8 de março deste ano. Segundo denúncia, o menino de 4 anos teria sido vítima de torturas realizadas no apartamento do casal, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O garoto foi levado a um hospital particular da região, mas já chegou morto à unidade

Presos desde abril, Monique e Jairinho foram denunciados pelo Ministério Público pela prática de homicídio qualificado por motivo banal, sem possibilidade de defesa da vítima e intenso sofrimento, afora o fato de o crime ter sido praticado contra um menor de 14 anos. Além disso, houve emprego de tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.

O pai de Henry Borel se dirigiu ao Tribunal de Justiça do Rio, mas não subiu à sala da audiência por orientação do advogado. "Meu filhinho já sofreu demais, minha família sofre todo dia, o Brasil inteiro sofre e clama por justiça há nove meses", declarou Leniel Borel nas redes sociais.

Amanhã (15), será a vez das testemunhas de defesa de Monique, que teve o pedido de liberdade negado pelo Supremo Tribunal Federal. 

*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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