A travesti que foi internada à força, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, saiu da clínica e está em casa com a companheira. Segundo a mulher da vítima, Bianca Moura de Cunha, que também é transexual, apesar de ter tido o cabelo raspado e ter sido obrigada a usar roupas masculinas, Bruna Andrade de Cesar passa bem.
A Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, investiga o caso. A mãe da transexual, responsável pela internação, foi ouvida pela polícia. Outras duas testemunhas, que presenciaram o momento em que ela foi levada para a clínica, também prestaram depoimento. A Deam informou apura os fatos e entrará em contato com a clínica em São Paulo, para onde os internos eram transferidos, para obter mais informações.
Bruna foi levada arbitraramente para a clínica, na quinta-feira (11), a mando da mãe que dizia querer "curar o filho". Durante a remoção, conforme relatou Bianca, enfermeiros agrediram o casal e chegaram a dizer que "travesti era macho e não teriam receio em bater".
Margarida Carlos Andrade de Cesar, mãe da vítima, procurou a filha afirmando que queria conversar para que elas pudessem se reconciliar. Entretanto, na hora e data marcada, Margarida apareceu no portão da casa de Bruna com uma ambulância e dois enfermeiros da empresa “Anjos da Vida - Remoções Especializadas”.
Segundo Bianca, Bruna começou a gritar por seu nome quando viu a equipe da clínica e que tentou impedir que sua mulher fosse levada, mas foi bloqueada pelos enfermeiros. Desorientada, Bianca solicitou a apresentação de um laudo médico, ou um mandado judicial, e foi respondida que Margarida, como mãe, poderia fazer o que quisesse com a filha.
— Foi um sequestro o que fizeram com minha esposa! Não tinha um médico junto com eles, nem uma determinação oficial, um laudo. A Bruna não era viciada em drogas, não apresentava distúrbios, era uma pessoa normal, estava arrumada pra ir trabalhar! — afirmou Bianca.