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"Um  extraordinário carioca", diz Crivella sobre Fernando Mac Dowell

Prefeito do Rio publicou texto em homenagem ao vice que morreu, na noite de domingo, após complicações em decorrência de infarto

Rio de Janeiro|Do R7

Crivella homenageou vice-prefeito em texto
Crivella homenageou vice-prefeito em texto Crivella homenageou vice-prefeito em texto

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), emitiu uma nota em homenagem ao vice-prefeito Fernando Mac Dowell, que morreu na noite de domingo (20) devido a complicações após sofrer um infarto na semana passada. No texto, Crivella relembrou a carreira de engenheiro de seu vice e os trabalhos realizados por ele.

Mac Dowell, que também foi secretário de Transportes, era especialista na área e participou do planejamento de obras como a ponte Rio-Niterói e a construção do metrô carioca.

Crivella destacou em seu texto a importância das obras do metrô para a carreira de Mac Dowell, que proporcionou a ele convites para que ele elaborasse projetos de redes de transportes em países latinos como Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru.

Na homenagem, o prefeito diz ainda que “ele foi um extraordinário carioca que soube cumprir com grandeza a sua missão”.

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Veja a nota na íntegra:

"Hoje, o Rio amanheceu triste. Nos últimos minutos de ontem, a morte nos deixou imenso pesar quando arrebatou o amigo, o servidor do povo, o carioca genuíno, honesto, humilde e modesto, cuja alma fraterna conquistou admiradores. A inteligência rara, com fulgor, o colocou na aristocracia da engenharia nacional.

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Seria fastidioso descrever as suas monumentais realizações como engenheiro, professor, projetista, homem público e notório consultor da iniciativa privada, até porque elas já se encontram guardadas com letras de ouro e de maneira indelével na gratidão do povo carioca.

Mas seria uma omissão imperdoável não mencionar a sua luta ingente no planejamento e na implantação da modernização do transporte de massa em nossa cidade, especialmente as linhas 1 e 2 do Metrô.

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Todos podem imaginar o que representa em volume de obra e o que requer de soluções técnicas, inéditas e criativas, a construção de imensas galerias subterrâneas em uma cidade altamente urbanizada e que não pode parar, para tornar realidade um complexo sistema como o nosso, no qual milhões de passageiros viajam com segurança em trens velozes e modernos.

Sem falar nas controvérsias costumeiras das obras públicas. Muitas vezes, forças vigorosas tentam impor interesses privados, em prejuízo do público, como inúmeras vezes noticiado, lançando mão de ameaças e chantagens - mas que nele sempre encontraram a muralha intransponível das suas convicções morais.

Lutou e sofreu muito para construí-lo. Foi uma epopeia, uma batalha sem tréguas, uma travessia desassombrada por um terreno minado que a outro teria desanimado, menos a ele, que possuía a fibra de um gladiador.

As linhas 1 e 2 do Metrô do Rio foram no passado o seu desafio; hoje são a sua realização e, para sempre, serão o marco de sua capacidade intelectual e moral.

Foi tão notório o volume de sua obra no Metrô do Rio, que essa façanha o projetou nacional e internacionalmente. Ele foi convidado a prestar serviços e elaborou estudos para a rede de transporte e fluidez no trânsito em várias cidades do Brasil e em outros países, como Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru.

Era um dos especialistas em transportes mais respeitados do país, com extenso currículo acadêmico: doutor em Engenharia de Transportes pela UFRJ; professor titular do IME; orientador de teses de mestrado e doutorado no IME e na COPPE; e rapporteur (relator) de teses de doutorado no Institute des Ponts et Chaussées da Universidade de Paris são alguns dos títulos que demonstram sua expertise.

Quando o convidei para compor a chapa, e juntos vencemos a última eleição, tive a imensa honra de conviver com sua amizade sincera, suas ponderações justas, seu trabalho devotado à terra que o viu nascer, em Copacabana, e a qual ele amou, engrandeceu e serviu por toda a sua vida.

Por onde andarmos em nossa cidade - nestes dias difíceis de violência e corrupção, que a todos entristece, humilha e envergonha -, seja na imensidão dos trilhos do Metrô, seja na Autoestrada Lagoa- Barra, seja na Linha Amarela, haveremos de lembrar-nos do Fernando Mac Dowell que nelas colocou a nobreza do seu caráter à disposição de todos. Não há um só registro de uma atitude violenta ou um escândalo de corrupção que manche sua biografia exemplar.

À frente da Secretaria Municipal de Transporte e depois presidindo o Conselho Consultivo Autoridade da Mobilidade e dos Transportes do Município do Rio de Janeiro foi incansável na elaboração das soluções pacíficas para as mais duras controvérsias envolvendo ônibus, táxis, vans e aplicativos, em momento de grave crise econômica e anômico desemprego, o que impunha conter as tarifas públicas. Ele o fez com a coragem de quem na vida nada temia e nada devia, sempre priorizando o sagrado interesse do povo.

Ele foi um extraordinário carioca que soube cumprir com grandeza a sua missão. Dignificou, honrou e fortaleceu as tradições morais e de caráter da nossa gente humilde e valente. Não traiu jamais as tradições de moralidade que nos legaram o exemplo de tantos heróis que aqui nasceram e cujas vidas tiveram nele um reflexo à altura de sua grandeza.

É assim que com admiração, respeito, gratidão e o apreço de todos nós, o vimos subir os degraus do Panteon dos Nobres de nossa amada cidade do Rio de Janeiro, onde ficará para sempre velado pela nossa gratidão e a reverência de todos os que hoje andam pelas avenidas e pelos trens que ele, com sua inteligência, criatividade, honestidade e competência nos legou para sempre.

Que Deus o tenha. Que Deus console sua querida família, onde ele também demonstrava seu excepcional caráter de pai e esposo".

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