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Vítima conta como falsa médica da Barra agia: “Muito simpática, nos conquistou ali naquele momento”

Mônica Mendonça passou por operação para retirar o feto e a trompa esquerda

Rio de Janeiro|Do R7

Falsa médica: Mônica Mendonça e Paulo Roberto Cunha contam que a suposta obstetra era atenciosa e educada
Falsa médica: Mônica Mendonça e Paulo Roberto Cunha contam que a suposta obstetra era atenciosa e educada Falsa médica: Mônica Mendonça e Paulo Roberto Cunha contam que a suposta obstetra era atenciosa e educada

A mulher do capitão da PM Paulo Roberto Cunha, que denunciou a falsa médica presa na quarta-feira (5) durante atendimento em um centro empresarial na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, desabafou sobre o trauma causado pela suposta obstetra e ginecologista. Segundo a corretora de imóveis Mônica Mendonça, a personalidade atenciosa e educada de Gabriele de Souza Matos, de 33 anos, não levantou suspeitas.

— Ela muito simpática, muito articulada, nos conquistou ali naquele momento, porque se interessou pelo caso. Na ultrassonografia, segundo ela não dava para ver o feto nem no útero nem em outra região. Além do ultrassom, ela me examinou como médica.

O quadro de Mônica começou a ter complicações. Os exames de ultrassonografia não mostravam o bebê. A mulher do militar teve hemorragia e passou mal várias vezes. Para a a suposta médica, ela teria sofrido um aborto espontâneo e o mal estar passaria em breve.

A corretora de imóveis afirma ainda que Gabriele teria dito que as dores seriam causadas por gases presos e teria passado um mês tomando remédios. Como a vítima continuou sentindo fortes dores abdominais, resolveu procurar um hospital. Ela fez novos exames e constataram que teve um gravidez tubária.

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Mônica passou por cirurgia para retirar o feto e a trompa esquerda. O procedimento poderia ter sido evitado caso o problema tivesse sido diagnosticado precocemente. Agora as chances de Mônica engravidar foram reduzidas pela metade.

—É o que nós queremos, um outro filho, um bebê para alegrar a nossa casa. Era o que a gente estava tentando para complementar a família. E a gente vai continuar tentando até conseguir.

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Ao descobrir que um dos registros no CRM (Conselho Regional de Medicina) apresentados por Gabriele era falso e que o outro pertencia a uma médica que teria cerca de 70 anos, Cunha resolveu então marcar uma consulta com a suposta médica, que acabou sendo presa em flagrante. A mulher ainda tentou enganar os policiais dizendo que era marroquina e que o pai era um desertor do Exército israelense. Gabriele na verdade é natural de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

—Como pai e chefe de família, a gente tem o lado da emoção, o lado de que a gente conseguiu retirar ela do seio da sociedade, impedindo que ela pudesse fazer isso com outras pessoas. E como agente da autoridade, como agente da lei, a certeza de que a lei vai ser cumprida e inicialmente agora no ato da lavratura do flagrante já começou a acontecer isso.

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Além do centro empresarial na Barra, a falsa médica atuava em hospitais e clínicas da Baixada Fluminense. A polícia vai investigar se as unidades de saúde foram enganadas ou estão envolvidas na fraude. Apesar da tristeza e do trauma, o casal está tranquilo e com sensação de dever cumprido.

—A ideia é realmente tirar ela de circulação para que nenhuma outra pessoa seja levada. Era o nosso intuito e eu acredito que pelo menos agora a gente está feliz. Vamos torcer para que ela se reabilite, venha fazer parte da sociedade novamente e trabalhar, mas de maneira agora honesta e séria.

Gabriele será indiciada pelos crimes de exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso.

Para o delegado Leonardo Salgado, que acompanha o caso, causa perplexidade o fato de uma falsa médica atuar em duas clínicas. Ele diz que ainda não é possível adiantar os detalhes, mas todas as informações serão apuradas. Gabriele foi encaminhada para a delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP), onde o caso está sendo investigado.

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) também divulgou uma nota dizendo que não foi informado oficialmente sobre o caso da falsa médica. No entanto, a entidade afirma que não tem autoridade para investigar e punir falsos médicos e que casos de exercício ilegal da medicina devem ser tratados como questão de polícia. O conselho atuaria apenas no julgamento de profissionais em processos éticos.

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