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Abusador negou à Justiça ter tido sequelas por causa de acidente

Informação consta de sentença referente a abuso ocorrido em 2013

São Paulo|Giorgia Cavicchioli e Alvaro Magalhães, do R7

Diego Ferreira Novais
Diego Ferreira Novais Diego Ferreira Novais

Acusado de uma série de abusos na região da avenida Paulista, Diego Ferreira de Novais não relatou, em depoimento formal à Justiça, ter sofrido sequelas por causa do acidente de carro no qual se envolveu em 2006.

A informação consta da sentença proferida pelo juiz Antonio de Oliveira Angrisani Filho, que condenou Novais a dois anos de reclusão — em regime inicialmente fechado — pelo crime de violação sexual mediante fraude por causa de um abuso ocorrido em 2013 na avenida Brigadeiro Luis Antonio. A condenação de Novais foi noticiada em primeira mão pelo R7.

Na última semana, em entrevista ao jornal Agora São Paulo, Iracema Novais, mãe do rapaz, atribuiu o comportamento do filho ao acidente.

Em sua sentença, Angrisani Filho afirma não ter pedido a realização de exames de insanidade em Novais por não ter notado sinais que motivassem a requisição. Pouco depois, o magistrado refere-se ao acidente, citado pelo réu em seu interrogatório, ocorrido em 2015: "[Novais] Relatou ter sofrido um acidente e permanecido internado por vários dias. Não relatou qualquer sequela do acidente sofrido."

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Ainda segundo a decisão judicial, o rapaz afirmou que "nunca foi internado ou tomou remédios para qualquer problema de ordem psiquiátrica". 

Também de acordo com a sentença, Novais admitiu, em seu interrogatório, ter passado a mão na perna da vítima sem saber se havia tocado o órgão sexual dela. A vítima confirmou à Justiça que foi tocada.

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Na época, o rapaz afirmou ao juiz ter passado dez meses preso em 2012 por um crime semelhante. E disse ter sido "aconselhado por seu pai a arrumar uma mulher", pois a "qualquer hora iria se complicar". O rapaz acrescentou que nunca havia namorado, mas que uma mulher que morava em Santa Catarina queria se casar com ele, sem que ele tivesse dinheiro para trazê-la a São Paulo.

Tempo do processo

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Na decisão, o juiz justifica o fato de o processo acerca do primeiro abuso de Novais na região da Paulista ter durado cinco anos. O tempo entre o abuso e a condenação foi criticado pela vítima. Angrisani Filho afirmou que a data mais próxima possível para a primeira audiência foi 1º de setembro de 2014, "em razão da pauta de audiências estar tomada por outros processos". Na época, foram ouvidos os policiais que detiveram o rapaz.

Como a vítima não compareceu ao fórum em 2014, o juiz afirma ter determinado sua condução coercitiva para uma nova audiência, marcada para 29 de julho de 2015 "data mais próxima possível para processos de réus soltos". Na ocasião, a vítima foi ouvida e o réu, interrogado.

Após acusação e defesa se manifestarem e os últimos documentos serem anexados ao processo, os autos chegaram ao gabinete do juiz em 17 de maio de 2017. A demora de quase três meses para proferir a sentença ocorreu, segundo Angrisani Filho, "por motivos de acúmulo de processos e complexidade da causa". O magistrado, no entando, ressaltou que foi "respeitado o prazo de cem dias tolerados pelo CNJ [Conselho Nacional de Justiça] para os processos de réus soltos".

O juiz justificou a condeção pelo crime de violação sexual mediante fraude — e não estupro — admitindo a discussão acerca das punições cabíveis, e afirma que os dois atos são "puníveis, entretanto, cada um na medida de sua gravidade". Ele afirma que o caso permite "os mais variados entendimentos sobre a norma a ser aplicada ao caso em concreto".

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