Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Alckmin vai recorrer de decisão que suspende Linha 6 do Metrô

Segundo governador, "é uma questão que se resolve rapidamente"

São Paulo|

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta sexta-feira (5) que o governo do Estado vai recorrer da decisão judicial que tornou nulo o contrato para a execução das obras da Linha 6-Laranja. "O procurador-geral do Estado está tranquilo de que é uma questão que se resolve rapidamente", disse.

"Normalmente, o que tem sido feito é o governo fazer o decreto de utilidade pública (das áreas que serão desapropriadas). O concessionário privado apenas operacionaliza isso, para ganhar tempo. Quem fixa o valor (da indenização para os desapropriados) é a Justiça e o governo paga. Então, é uma questão apenas operacional, para ganhar tempo. Mas o decreto que define o terreno desapropriado é o Estado e quem define o valor é a Justiça. O que vem acontecendo? Algum juiz não vê problema, outros entendem que o Estado é que tem de fazer também essa parte operacional", afirmou o governador, durante visita ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na região da Luz, centro de São Paulo.

— Nós fazemos isso há muito tempo. Você pega as concessões de estrada. O governo faz o decreto e o concessionário privado é mais rápido e operacionaliza o pedido da desapropriação.

O governador não detalhou o que ele entende por "operacionalização" das desapropriações.

Publicidade

Justiça

A transferência das desapropriações para o setor privado foi contestada em duas decisões diferentes. A juíza Maricy Maraldi, da 9.ª Vara de Fazenda Pública da capital, observa em sua sentença, do último dia 15, que suspendeu o processo, que o pagamento das desapropriações pelo governo do Estado é "inadmissível", com "flagrante ofensa" à lei federal das licitações.

Publicidade

Segundo Maricy, o governo "não participou da escolha do escritório de advocacia" para as desapropriações, encargo repassado à concessionária, "que atua sob o regime de direito privado e objetiva apenas à satisfação de seus interesses", segundo consta na sentença.

Em outra ação, a juíza Cynthia Thomé, da 6.ª Vara de Fazenda Pública, lembra que, além da lei federal das licitações, as desapropriações da Linha 6 ferem a Lei Estadual 7.835/92, que versa sobre o mesmo tema. "A concessionária atua sob o regime privado, e visa apenas lucros", diz em decisão do dia 13.

Publicidade

Veja mais notícias sobre São Paulo

As ações de desapropriação foram propostas pela Move São Paulo contra pessoas afetadas pela obra. O mérito de nenhuma nem sequer foi julgado, dado o entendimento das juízas de que o contrato é nulo.

Inicialmente, o governo do Estado havia lançado um edital que previa o pagamento das desapropriações conforme a lei, mas não houve interessados e a regra foi mudada. "A ausência de interessados não justifica a manobra realizada pelo Estado, ao arrepio da lei, curvando-se, de forma flagrante ao interesse particular", escreve Cynthia.

A Move São Paulo informou que vai "recorrer das decisões, por meio dos recursos previstos na lei, instruídos com parecer da Procuradoria-Geral do Estado" e não haverá atraso. A Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos foi procurada, mas não respondeu às solicitações da reportagem.

Na data da assinatura do contrato, em dezembro de 2013, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) informou que as obras começariam no primeiro semestre, o que não ocorreu. O ramal levará 633 mil passageiros por dia e deve abrir completamente em 2020.

Metrô

O Metrô também comentou o assunto nesta manhã. Em nota, a empresa afirma que a 6.ª Câmara de Direito Público do TJ reconhece "a legitimidade da concessionária na condução do processo de desapropriação, criando assim jurisprudência sobre essa questão", segundo o texto.

"Os processos de desapropriação para a implantação da Linha 6 estão em andamento, tanto que, dos 371 imóveis necessários para a construção dos 15,9 km entre São Joaquim e Brasilândia, 179 já obtiveram sentença favorável da Justiça para imissão de posse, inclusive com depósito dos valores determinados à favor do desapropriado", argumenta a nota do Metrô.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.