Empresário vivia em mansão de luxo em Valinhos (SP)
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A morte de um milionário pelo próprio filho dentro da mansão da família em Valinhos, no interior de São Paulo, na tarde de terça-feira (4), ocorreu após a vítima ameaçar assassinar a mulher e o garoto. O crime aconteceu a menos de uma semana do Dia dos Pais.
Mãe e filho prestaram depoimento por horas logo após o crime. Era por volta de meia-noite quando o adolescente deixou a delegacia com a mãe no carro da família. Ele responderá em liberdade.
No depoimento à polícia, mãe e filho contaram que a briga na família começou no dia anterior. O empresário teria até apontado uma arma na direção do menino e da esposa, fazendo várias ameaças de morte.
O garoto contou que o pai não dormiu em casa e, no dia seguinte, voltou ainda mais violento. O adolescente disse que fez apenas um apelo: queria que o pai permitisse que ele e a mãe fossem embora. Quando os dois se preparavam para sair, na garagem de casa, o empresário teve então uma nova reação violenta que, desta vez, acabou em tragédia.
O Cidade Alerta, da Record TV, teve acesso aos depoimentos que revelam, em detalhes, o que aconteceu. No momento em que mãe e filho se preparavam para deixar a casa, o homem apareceu. Mandou que o garoto ficasse sem roupa no quarto porque seria agredido até perder os dentes. Se não morresse, ficaria com graves sequelas.
Foi quando o menino decidiu pegar uma arma. Mesmo ferido pelo primeiro disparo, o empresário correu até o carro. O garoto imaginou que o pai pegaria outra arma dentro do veículo e, por isso, decidiu atirar mais duas vezes. O empresário morreu na hora.
A perícia na mansão foi concluída e a residência, liberada. Após a autorização da polícia, nesta quarta-feira (4), a reportagem do Cidade Alerta mostrou uma pessoa limpando as manchas de sangue que ficaram na garagem.
A polícia trabalha agora para descobrir o que realmente acontecia na mansão da família. A defesa alega que mãe e filho viviam sob constante tortura física e psicológica. Foi o que afirmaram na delegacia.
O garoto contou que presenciou mais uma briga dos pais e decidiu defender a mãe. Ele então foi até o local onde o pai guardava a coleção de armas. Escolheu uma e disparou três vezes na garagem.
A tese de legítima defesa pode fazer toda diferença no julgamento. Se a Justiça confirmar, dificilmente o garoto vai ser internado na Fundação Casa.
O que o adolescente contou surpeendeu até mesmo os policiais que atenderam a ocorrência. “No dia anterior, ele havia ameaçado os dois, colocado os dois de joelhos no chão, apontado a arma pra cabeça, enfiado a arma na boca de uma das vítimas, dizendo que ia matá-los”, detalha o tenente da PM Juliano Cerqueira.
De acordo com Cerqueira, a motivação do crime foi o contexto e violência doméstica, confirmado por mãe e filho. “Segundo ele, ele acreditava que a mãe iria morrer, que o pai iria matar a mãe, então agiu inicialmente em legítima defesa, segundo a versão dele e a versão da mãe.”
A polícia civil vai analisar as imagens do circuito de segurança da mansão para confirmar a dinâmica do caso, mas funcionários confirmaram em depoimento que o empresário era agressivo, e chegava andar armado dentro de casa para aterrorizar a própria família.