Agentes da Guarda Civil Metropolitana multavam motoristas que trafegavam na marginal Pinheiro com radares móveis
Andrea FerreiraNesta sexta-feira (20), a Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra o prefeito Fernando Haddad por causa da disparada na arrecadação com multas de trânsito na cidade e destinação incorreta do dinheiro. Se perder a ação, o petista e três secretários terão que pagar R$ 802,7 milhões. Os promotores que apresentaram a ação argumentam que a prefeitura criou uma "indústria da multa" e aumentou consideravelmente o número de radares eletrônicos “em situações e locais inapropriados".
Um dia após a investigação se tornar pública, o R7 flagrou novamente agentes da GCM escondidos para multar motoristas na marginal Pinheiros. Na manhã deste sábado (21), por volta das 9h, havia quatro agentes na ponte Cidade Jardim com radares-pistola direcionados a motoristas que circulavam pela marginal. No mesmo trecho, embaixo da ponte, há um carro da GCM estacionado sobre o canteiro para multar motoristas que trafegavam pela pista expressa.
'Não é possível ter dois pesos e duas medidas', diz Haddad sobre promotor
Questionada ainda neste mês sobre a mesma prática, flagrada no dia 4 de maio, em nota a prefeitura afirmou que, em setembro de 2015, os agentes da Guarda Civil Metropolitana iniciaram a operação de fiscalização de motocicletas, nas marginais Tietê e Pinheiros, por meio de radares móveis. "Com a medida, que faz parte do programa de proteção à vida, coordenado pela Companhia de Engenharia de Tráfego, as mortes de motociclistas em acidentes registraram queda de 19% na comparação entre os 11 primeiros meses de 2014 com o mesmo período do ano passado. A redução foi de 410 casos para 332", diz o texto. "Nas seis semanas após a redução das velocidades máximas nas marginais, mais de 80% dos acidentes registrados envolviam motos. Os radares fixos não registram infrações de motos em alta velocidade", completa.