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Ataque a moradora de rua levou Verônica Bolina à cadeia

Transexual teria se envolvido em duas agressões no fim de semana

São Paulo|Giorgia Cavicchioli, do R7*

Verônica Bolina foi presa no último domingo
Verônica Bolina foi presa no último domingo Verônica Bolina foi presa no último domingo

Uma agressão a uma moradora de rua, na região da Liberdade. Esse foi o motivo que levou a transexual Verônica Bolina, 28 anos, de volta à cadeia no último domingo (1º).

O caso ocorreu às 19h40, na rua Espírito Santo. De acordo com registro policial, Verônica teria se desentendido com a vítima e a agredido na cabeça com golpes de objeto cortante.

Testemunhas afirmaram à polícia que as agressões teriam continuado enquanto a vítima estava caída. Policiais militares foram ao local, contiveram Verônica e levaram a agredida desacordada a um hospital.

A arma que a transexual teria usado para atacar a vítima não foi localizada. A polícia suspeita que seria uma faca ou uma garrafa quebrada. 

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Levada ao 8º DP (Brás/Belém), Verônica foi autuada em flagrante por homicídio qualificado tentado. Em depoimento à polícia, ela afirmou não se recordar do que havia se passado na rua.

Moradores do local ouvidos pela reportagem confirmaram a versão da polícia. Uma comerciante da região, que pediu para não ser identificada, afirmou que a mulher agredida costuma, assim como Verônica, ter comportamento agressivo.

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Procurada pela reportagem, a advogada Carolina Gerassi, que defende Verônica, afirmou que ainda estudava o caso e que não iria se manifestar.

De acordo com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, Verônica está detida no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros III.

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Agitação na carceragem

Um dia após ser detida, na segunda-feira (2), Verônica teria se comportado de modo agressivo na carceragem do fórum criminal da Barra Funda, onde passaria por audiência de custódia (primeira audiência de um preso em flagrante).

A juíza Carla Santos Balestreri, responsável por julgar se Verônica deveria ou não continuar detida, decidiu converter o flagrante em prisão preventiva. Em sua decisão, a juíza afirmou que "não foi possível se proceder à oitiva do autuado [sic] nesta audiência de custódia, uma vez que esta magistrada foi alertada, pela escolta, quanto ao descontrole por ele apresentado nas dependências da carceragem deste fórum, a colocar em risco não apena as integridade física dos policiais e a do próprio autuado como como das demais pessoas que transitam nas dependências deste fórum."

Para tomar a decisão, então, a juiza ouviu o Ministério Público e a Defensoria Públíca.

Briga na rua Augusta

No dia anterior à prisão, no sábado (30), Verônica teria se envolvido ainda em outra confusão, que levou a polícia a indiciá-la por lesão corporal. De acordo com esse outro resgistro policial, ela teria invadido uma casa na rua Augusta, na Consolação, e agredido — com um golpe de panela na cabeça e uma tentativa de mordida na orelha — o morador que lhe estaria devendo dinheiro.

A Polícia Militar foi chamada. Após suposta resistência de Verônica, que estaria armada com uma faca, os policiais deram um tiro de bala de borracha na perna da transexual. Ela foi levada a uma unidade psiquiátrica da Santa Casa — o CAISM (Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental) na Vila Mariana —, onde passou por atendimento e foi liberada.

Como casos de lesão corporal não exigem flagrante, Verônica não ficou detida após a pasagem pelo hospital.

Durante o tempo em que esteve internada, Verônica chegou a ser dada como desaparecida. Um boletim de ocorrência foi registrado no 78º DP (Jardins) e uma campanha na internet tentava localizá-la.

Trajetória

Em 2015, Verônica foi presa sob a suspeita de tentar matar uma idosa, que, segundo ela, teria feito magia negra para prejudicá-la. Encaminhada ao 78º DP (Jardins), nos Jardins, agrediu um agente. Na sequência, foi levada à carceragem do 2º DP, no Bom Retiro, onde agrediu e arrancou a orelha de um carcereiro.

Verônica afirma ter sido torturada por policiais do 2º DP (Bom Retiro) após a agressão ao carcereiro. A Corregedoria da Polícia Civil investiga o caso. Na ocasião, o Ministério Público pediu laudo de sanidade mental para a transexual. Em 3 de maio deste ano, ela recebeu alvará de soltura e deixou o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros.

*Colaboraram Peu Araújo, do R7, e Kaique Dalapola, estagiário do R7

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