A Associação de Moradores e Amigos do Jardim Vitória Régia, na zona sul de São Paulo, solicitou à prefeitura que construa um muro de três metros de altura no Parque de Paraisópolis, que está em obras, para delimitar a área e separar o bairro nobre da comunidade. As informações são da Record TV.
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A associação quer também que o parque funcione apenas das 7h às 19h e que seja proibida a entrada de carros, motos, bicicletas, animais de estimação e para que a não seja permitida a realização de piquenique no local. Outra exigência feita foi que o parque tenha apenas um acesso por Paraisópolis e não pelo bairro.
O pedido causou polêmica e indignação dos moradores da comunidade. "Faz 10 anos que esperamos este parque para atender a juventude. Esses muros já existem hoje que é a desigualdade, pobre ou rico. Nós queremos estar integrado, fazer parte do bairro", afirmou o presidente da União de Moradores de Paraisópolis, Gilson Rodrigues.
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Moradores da comunidade cobram áreas de lazer e opções de diversão para as crianças e a família e acreditam que o muro é uma forma de segregação. "É discrimação aos humildes", disse uma moradora. Outra ressaltou que a convivência entre ricos e pobres sempre aconteceu: "Nunca houve necessidade de muro."
O morador Daniel Silva Cristovão lembrou que a medida é mais uma tentativa de distanciamento social: "Tem um Brasil que está em home office, do muro, que tem mais acesso às coisas. Do outro lado da história tem pessoas que moram em córregos, que necessitam de alimento e passam dificuldades porque não têm o que comer".
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A Associação de bairro não quis se pronunciar, mas afirmou que faz parcerias com a comunidade.
A obra do parque deve custar R$ 2,4 milhões aos cofres públicos. Em nota, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informou que o Parque Paraisópolis está em processo de implantação com base no Plano de Metas 2019/2020. A Pasta disse que "vai seguir o projeto tal como foi contratado, sem muro e sem diminuição de acesso". A conclusão da obra está prevista para outubro.