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Busca no JusBrasil: mulheres investigam histórico criminal de homens antes de encontros

Advogadas também recomendam a análise do comportamento dos possíveis pretendentes em relação a filhos e ex-companheiras

São Paulo|Letícia Dauer, do R7

JusBrasil, Linkedin e Google são usados para procurar informações sobre os pretendentes
JusBrasil, Linkedin e Google são usados para procurar informações sobre os pretendentes JusBrasil, Linkedin e Google são usados para procurar informações sobre os pretendentes

É normal o primeiro encontro gerar grandes expectativas e ansiedade, principalmente quando o date é marcado por meio de um aplicativo de relacionamento. Algumas mulheres ouvidas pelo R7 contam que criaram o hábito de verificar o histórico dos homens para evitar possíveis surpresas e até mesmo situações de violência. O site JusBrasil, o Linkedin e o Google são algumas das ferramentas utilizadas. 

A servidora pública Marina* compartilha que, em fevereiro, descartou um possível encontro com um homem ao descobrir três processos por violência doméstica e um por invasão a domicílio contra ele, após consulta no Jusbrasil. A ação mais recente era de 2017. 

Moradora do interior de São Paulo, a jovem relata que conheceu o rapaz na academia. Em um determinado dia, ele decidiu puxar assunto com Marina e começou a segui-la no Instagram, além de sugerir que eles saíssem durante o feriado de Carnaval.

Ao ter acesso ao nome completo e à profissão do homem pelo perfil da rede social, a servidora decidiu fazer uma busca na internet e teve uma desagradável surpresa, que "acendeu um alerta". Caso se encontrasse com ele, Marina poderia correr o risco de sofrer algum tipo de violência.

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"As mulheres têm que ter esse hábito de procurar o máximo de informações antes de sair com alguém e também ter cuidado com um possível homônimo durantes as buscas. A gente evita entrar em uma roubada", reitera.

Comportamento

Ao R7, a advogada Fernanda Salvatore, de 26 anos, conta que há alguns anos usa aplicativos de relacionamento para encontrar possíveis pretendentes na capital paulista. 

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“Eu costumo conversar pelo chat do aplicativo e não informo meu número de WhatsApp logo de cara. Então, começo a dar uma stalkeada nas redes sociais, além de pesquisar o nome pelo Google. Se tem algum processo criminal, vai aparecer pelo Jusbrasil. Caso eu encontre algo, uso meu login de advogada para consultar o processo”, explica.

Além de verificar possíveis antecedentes criminais, Fernanda tem uma dica de ouro: a análise do comportamento. Para a advogada, há sinais de conduta e de fala que são tão preocupantes "que nem é necessário ir até o Jusbrasil para eliminar a pessoa" de um encontro.

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"Há muitos casos de violência doméstica que não vão para a frente. A vítima chega a fazer o boletim de ocorrência, mas o caso não termina na Justiça", alerta a advogada, especialista em direito de família. Caso o homem tenha ex-mulher ou filhos, é importante "descobrir como são essas relações e se há alguma ação judicial em andamento".

Fernanda também ressalta que há muitos processos, principalmente da Vara de Família, que tramitam em segredo de Justiça. Dessa forma, em uma consulta pelo Jusbrasil não é possível acessá-los e por isso é importante prestar atenção no comportamento dos possíveis pretendentes.

Experiência

A advogada Giovana* atribui o hábito de fazer "varreduras" na vida dos dates às suas experiências profissionais. Atualmente, ela trabalha em uma empresa multinacional, especializada em auditoria e consultoria. Nos primeiros anos de graduação, fez um estágio na Polícia Federal de São Paulo. 

Acostumada com atividades que exigem faro investigativo, Giovana aplica essas habilidades à vida amorosa. "Eu olho tudo o que posso. Pesquiso no Jusbrasil, no Tribunal de Justiça, até o CNPJ", afirma. Apesar de ser ilegal, a advogada confessa que já pediu a amigos policiais que consultassem o sistema e olhassem a ficha de alguns homens em busca de algum crime.

Giovana também divide outras dicas para fugir de enrascadas ou situações perigosas: marcar encontros em locais públicos, nunca ir até a casa do predentende no primeiro encontro nem levá-lo para casa. 

*Os nomes foram alterados para preservar a identidade das entrevistadas

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