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Caso Raíssa: uma semana depois, veja o que ainda não foi esclarecido

Os depoimentos contraditórios do principal suspeito e a falta de um laudo médico deixam uma série de questões relacionadas à Raíssa sem resposta

São Paulo|Gabriel Croquer*, do R7

Exames periciais da vítima ainda não foram revelados
Exames periciais da vítima ainda não foram revelados Exames periciais da vítima ainda não foram revelados

Pouco mais de uma semana depois da morte de Raíssa Eloá Caparelli, muitas perguntas sobre o assassinato da menina de nove anos autista ainda não foram respondidas. Ela foi encontrada morta no Parque Anhanguera, zona norte de São Paulo, no início da tarde do dia 29 de setembro. 

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A menina foi vista pela última vez acompanhada de um adolescente, de 12 anos, que é considerado um dos principais suspeitos do crime. Ele chegou a assumir a culpa do episódio, mas já contou outras versões contraditórias do crime, onde afirmou que um homem teria abusado e matado Eloá.

O menino agiu sozinho? 

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O menino de 12 anos ajudou a apontar onde o corpo da jovem estava, e assumiu a autoria do crime à polícia poucas horas depois. Na sequência, ele voltou atrás e disse que Raíssa foi morta por um homem, apelidado como "Baianinho".

Dentro da última versão do crime, em que ele descreveu a participação de um suspeito tatuado em uma bicicleta, o garoto ainda afirmou que a vítima teria sido abusada sexualmente porque viu o homem colocando a calça. Nesta história, ele teria somente testemunhado o crime. 

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A versão foi reforçada pela mãe do menor de idade. Porém, informações da Record TV mostram que o menino teria assumido o crime para as autoridades na presença da mãe.

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A perita Maria do Rosário Mathias Serafim opinou é provável que o suspeito não tenha agido sozinho, considerando a força que ele teria que fazer para matar e amarrar a garota.

A polícia não exclui a possibilidade de um terceiro envolvido, pois também acredita que o menino de 12 anos teria dificuldade em imobilizar a menina sozinho. A análise das amostras de sangue na cena do crime ainda pode determinar se outra pessoa participou da tragédia.

Como Raíssa foi morta?

Caso o menor de idade realmente seja o autor do crime, Raíssa teria sido morta com a ajuda de um graveto e um tecido, com o qual foi amarrada pelo pescoço em uma árvore. 

De acordo com o depoimento do suspeito, revelado pelo delegado Luiz Eduardo Marturano, o garoto teria amarrado Raíssa pelo pescoço e a agredido usando as mãos e um graveto até matá-la. Nenhuma arma foi encontrada no local do crime.

Outra possível causa da morte é asfixia mecânica, mas a confirmação só será possível após a realização da perícia do IML (Instituto Médico Legal). O corpo da menina estava recostado no tronco com sinais de violência no rosto e nas pernas. 

 Quais outras agressões foram cometidas?

Devido ao depoimentos do menor, ainda existe a suspeita de que Raíssa teria sido abusada, que também só poderá ser confirmada após exame do IML. Maria do Rosário Mathias Serafim mostrou dúvidas com a possibilidade, afirmando que um abusador sexual teria despido ou desarrumado as roupas da vítima.

"Ela estava completamente composta. Um abusador teria rasgado a roupa", disse a perita, que teve acesso às fotos da perícia para falar sobre o caso. Segundo a polícia, a menina também estava suja com as próprias fezes.

Qual foi a motivação do crime?

Segundo um dos primeiros depoimentos do suspeito, uma briga entre o adolescente e a menina gerou a morte de Raíssa. Porém, eles foram vistos juntos andando para o parque de mãos dadas, poucos minutos antes. 

Raíssa e o adolescente moravam na mesma rua. Eles estavam juntos na festa e a menina havia ficado na fila com o garoto enquanto a mãe buscava pipoca para eles.

Considerando as versões do garoto em que Raíssa foi assassinada por outro homem envolvido no caso, a criança foi morta sem nenhum motivo aparente, por um terceiro que coagiu o menino a cooperar no assassinato de Raíssa. 

O que aconteceu no trajeto para o parque? 

O adolescente contou aos investigadores que durante o evento convidou a menina para ir brincar no parque Anhanaguera. Eles caminharam por cerca de 20 minutos, quando ele teria aproveitado para coletar objetos que seriam usados para assassinar a garota pouco depois.

Imagens do evento mostram que Raíssa e o suspeito estiveram juntos em grande parte do tempo. A mãe também estava acompanhando a menina, que contou que depois de deixar a dupla por alguns segundos, para pegar a pipoca, os perdeu de vista logo depois.

Ainda na versão onde o garoto confessou o crime, nos 5 km que separam o CEU Anhanguera e o parque, foram coletadas uma corda, meia social e um tecido vermelho pelo suspeito. Os dois brincaram por mais 40 minutos, até que ele começou a agredir a garota.

O único testemunho do caminho entre o local da festa e o parque continua sendo a imagem dos dois andando de mãos dadas para o parque. A participação de um terceiro no crime ainda não foi identificada por meio de imagens ou testemunhos.

O suspeito e Raíssa a caminho do Parque Anhanguera
O suspeito e Raíssa a caminho do Parque Anhanguera O suspeito e Raíssa a caminho do Parque Anhanguera

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas

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