Sindicato ressalta dificuldade nas condições para a redução no contágio
Amanda Perobelli/ReutersPelo menos 41 das 176 unidades prisionais paulistas registram casos confirmados de covid-19 entre trabalhadores, de acordo com um levantamento divulgado pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifupesp). A entidade aponta que 104 funcionários do sistema prisional ficaram doentes e sete morreram.
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Entre os casos confirmados, 27 foram na região metropolitana de São Paulo, além de duas mortes. A unidade com maior número de casos é a penitenciária masculina de Tupi Paulista, na região oeste do estado, com 12 casos de covid-19 entre os funcionários.
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Sobre a contaminação entre os detentos, o Sifupesp cita os dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que indica que ao menos sete presos morreram e 16 foram confirmados com a doença. Há ainda 69 suspeitas de novo coronavírus entre detentos no estado.
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O sindicato reclama da falta de condições para reduzir o contágio dentro das unidades prisionais do estado. “Além de equipamentos de proteção individual (EPIs), faltam álcool gel e outros itens de limpeza para prevenção ao contágio, e nas unidades onde há muitas vezes os insumos não são em quantidade suficiente”, denuncia a entidade em nota.
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) afirma que as alegações do sindicato são improcedentes e que foram apresentadas pelo titular da pasta todas todas as medidas adotadas para o enfrentamento da pandemia nos presídios sem que nenhum dos problemas apresentados fossem relatados.
De acordo com a secretaria, há 27 casos confirmados de servidores com covid-19. A SAP afirma que “foram amplamente distribuídos produtos de higiene, álcool em gel e sabonete e EPIs como máscaras, em todos os presídios do estado”.
Em nota, o órgão afirma: “além das medidas de higiene e distanciamento preconizados pelos órgãos de saúde, foram suspensas as atividades coletivas; realizada a busca ativa para casos similares ao COVID-19; a limpeza das áreas foi intensificada; a entrada de qualquer pessoa alheia ao corpo funcional foi restringida; foi determinada a quarentena para os presos que entram no sistema prisional; realizado o monitoramento dos grupos de risco; aquisição de termômetros infra vermelho e de oxímetro digital portátil; horários alternados no refeitório e filas com distância de 1,5 m.”
Segundo a SAP, nos casos suspeitos entre os presos, o paciente é isolado e a Vigilância Epidemiológica local é contatada. Os servidores em contato com o paciente devem usar mecanismos de proteção padrão, como máscaras e luvas descartáveis. Se confirmado o diagnóstico, além de continuar seguindo os procedimentos indicados, o preso será mantido em isolamento na enfermaria durante todo o período de tratamento e em caso de agravamento, transferido para atendimento hospitalar.
Até o momento, diz a secretaria, nove presos estão com Covid-19 em todo Estado e outros oito óbitos foram registrados pela doença. Vinte funcionários estão com a enfermidade e sete morreram vítimas da doença.